Pfizer e governo federal não chegam a acordo sobre vacinas, diz colunista

Motivo do impasse são as cláusulas contratuais da negociação

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  • Da Redação

Publicado em 22 de fevereiro de 2021 às 14:08

- Atualizado há um ano

. Crédito: AFP

A farmacêutica Pfizer afirmou — em reunião com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e o senador Randolfe Rodrigues — que não aceita as exigências feitas pelo governo brasileiro para iniciar as vendas da sua vacina contra a covid-19 para o país. As informações são da jornalista e colunista do jornal "Folha de S.Paulo", Mônica Bergamo.

O motivo do impasse são as cláusulas contratuais da negociação. A Pfizer deseja que o governo brasileiro se responsabilize por eventuais judicializações decorrentes de efeitos adversos da vacina. Além disso, a farmacêutica pede que qualquer litígio com o governo brasileiro seja resolvido em uma Câmara Arbitral americana, além de fornecer ativos no exterior como garantia de pagamento.

“Nós temos uma circunstância hoje, a Medida Provisória 1026, onde apresentamos uma emenda pela qual a União passa a assumir a responsabilidade civil pela vacina. Essa cláusula é uma exigência contratual e tanto a Pfizer quanto a Johnson deixaram claro que precisam desse dispositivo”, afirmou Randolfe ao jornal “O Globo”.

Além do Brasil, a Venezuela e a Argentina também não aceitaram as condições dadas pela farmacêutica. Em todo o mundo, 69 países já compraram a vacina da Pfizer, acatando as cláusulas contratuais, que, segundo a empresa, seguem um padrão internacional e não são exclusivas da farmacêutica em questão.

Ainda nesta segunda-feira (22), Rodrigo Pacheco vai ser reunir com o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, para conversas sobre o andamento das negociações do governo federal com os fornecedores de imunizantes contra o coronavírus.