PIB tem queda de 0,2% no primeiro trimestre

Foi a primeira retração na atividade econômica desde o quarto trimestre de 2016

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  • Da Redação

Publicado em 30 de maio de 2019 às 09:07

- Atualizado há um ano

Em maio à incerteza política e econômica, o Brasil começou o ano com a economia em retração, com queda de 0,2% no Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, na comparação com o quarto trimestre de 2018. Os dados foram divulgados na manhã desta quinta-feira, 30, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Foi a primeira retração na atividade econômica desde o quarto trimestre de 2016, quando a economia atingiu o fundo do poço, antes de sair da recessão, a partir do início de 2017, conforme definição do Comitê de Datação de Ciclos Econômicos (Codace), abrigado na Fundação Getulio Vargas (FGV).

A retração do PIB reforça a lentidão da recuperação da economia, ainda longe do nível de antes da recessão, iniciada no segundo trimestre de 2014. Em 2017 e 2018, o PIB avançou 1,1% em cada ano, insuficiente para recuperar o tombo de 8,1% no acumulado de 11 trimestres de recessão.

O desempenho do PIB do primeiro trimestre veio em linha com as projeções de analistas, que, na mediana, esperavam retração de 0,2% frente ao quarto trimestre de 2018, conforme pesquisa do Projeções Broadcast com 50 instituições do mercado - o intervalo vai de retração de 1,0% a expansão de 0,37% .

Como o PIB cresceu apenas 0,1% nos três últimos meses de 2018, em relação ao trimestre imediatamente anterior, está confirmado um quadro de paralisia na economia. Esse quadro contamina as projeções para o crescimento econômico de 2019, que começaram o ano na casa de 2,5% e foram sendo revistas para baixo até atingir 1,23%, em média, segundo a edição divulgada na última segunda-feira do Boletim Focus, pesquisa do Banco Central (BC) com analistas de todo o País.

Entre economistas, a elevada incerteza quanto aos rumos da economia, com destaque para a falta de definição sobre a reforma da Previdência, é o motivo mais citado para a freada no PIB, ao lado de choques negativos que atingiram a economia no fim do ano passado e no início de 2019, como a crise econômica na Argentina e o rompimento de uma barragem de rejeitos de mineração da Vale em Brumadinho (MG).