Pior chuva em 32 anos: Itamaraju acumula 769,8mm em dezembro

Cidade foi a que mais choveu em todo o país

Publicado em 28 de dezembro de 2021 às 11:28

- Atualizado há 10 meses

. Crédito: Mateus Pereira/GOVBA

A cidade de Itamaraju, no Extremo Sul da Bahia, foi onde mais choveu no Brasil, com acumulado 769,8mm no mês de dezembro, segundo dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). O dado representa cinco vezes mais do que o normal para o mês (148,0mm). Esta é a pior chuva para o mês de dezembro desde 1989.

A climatologia da chuva entre setembro e dezembro em Itamaraju é de 499,7mm; em Ilhéus é de 434,4mm; e em Porto Seguro é de 507,7mm. Assim, nesse período, as chuvas nessas regiões estão bem acima da média.

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De acordo com dados meteorológicos, os maiores acumulados de chuva entre as 9h do dia 23/12 e as 9h do dia 27/12 são:

- Valença: 215 mm, corresponde a mais do que o triplo da sua climatologia de dezembro (64,9mm)

- Ilhéus: 209mm, corresponde a 70,2% a mais da sua climatologia de dezembro (122,8mm)

- Salvador: 188mm, corresponde a mais do que o triplo da sua climatologia de dezembro (58,1mm)

- Igrapiúna: 202mm

- Camamu: 196mm

- Barra do Rocha:195mm

- Gandu: 188mm

- Itabuna:187mm

Por que está chovendo tanto? Segundo o meteorologista do Inema, Mauro Bernasconi, o acumulado de chuvas “tem relação com a formação de corredores de umidade constantes, que vêm da Amazônia, atualmente pelas ZCAS [Zona de Convergência do Atlântico Sul], que costumam trazer chuvas acima da média no Nordeste do país e aumentar a frequência de formação das ZCAS. [Isso] associado com o Oceano Atlântico, na altura da Bahia, que está bem mais quente que o normal, o que ajuda na maior evaporação de água, e, consequentemente, em um maior volume de chuva, quando há sistemas meteorológicos atuando sobre a faixa costeira e proximidades. Além do gradiente horizontal de temperatura do Oceano Atlântico entre a região Sudeste e a Bahia, o que ajuda a deixar as frentes frias mais estacionadas sobre a região, auxiliando na formação e organização, além da persistência de corredores de umidade da Amazônia à Bahia”. 

Barragens irregulares O Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) está realizando vistorias técnicas com sua equipe de fiscalização e monitoramento ambiental, nos municípios do sul, extremo sul e sudoeste, com o objetivo de verificar os impactos nas barragens.

Durante as vistorias, foram constatadas barragens irregulares que se romperam no interior do estado, a exemplo de Iguá, Jussiape e Quati. Foram realizadas, em conjunto com a Superintendência de Proteção e Defesa Civil do Estado (Sudec), Corpo de Bombeiros (CBMBA) e prefeituras locais, ações de intervenções emergenciais a fim de evitar impactos para a comunidade local.