PM envolvido com extorsão e sequestros era 'braço armado' de quadrilha que agia na RMS

O policial teria fazia parte das ações executórias da quadrilha

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  • Wendel de Novais

Publicado em 21 de outubro de 2021 às 17:29

- Atualizado há um ano

. Crédito: Policia Civil/Divulgação

Participante ativo nas ações de uma quadrilha que praticava extorsão por meio de sequestro, o policial militar, preso em flagrante delito nesta quinta-feira (21) em Camaçari é tido pelos investigadores como "braço armado" de uma equipe que conta com pelo menos 10 criminosos. Ou seja, ele era a pessoa responsável pela execução das ações do grupo, que agia na Região Metropolitana de Salvador (RMS).

A prisão foi realizada por agentes da Coordenação de Repressão à Extorsão Mediante Sequestro do Departamento de Repressão e Combate a Crime Organizado (Draco). "Pelas apurações e pelo que foi encontrado na residência do policial, acreditamos que ele fazia parte do braço armado dessa quadrilha, da parte dos executores. Ele, inclusive, fez parte de um sequestro realizado em Jauá, no último mês de junho", conta o titular da especializada, delegado Adailton de Souza Adam, que acompanha a investigação.

O crime citado pelo delegado aconteceu em 6 de junho e teve como vítima um jovem de 23 anos, que é filho de um empresário do ramo de Internet. Na ocasião, quatro homens chegaram em um veículo Ford Ka vermelho e, além de sequestrarem o rapaz, roubaram todas as pessoas que estavam na residência, levando relógios, dinheiro, documentos, equipamentos e outros pertences. Para liberá-lo, os bandidos pediram R$ 100 mil ao pai da vítima, que fez o pagamento e teve o filho de volta.

E foi justamente o rastro deste valor dado aos bandidos, ainda não recuperado, que levou os investigadores aos suspeitos e possibilitou a prisão do PM. 

Quem já está preso? O delegado afirma que a parte mais importante da quadrilha já foi presa pelo Fraco. "Já conseguimos fazer a prisão da parte administrativa da quadrilha, que recebeu os recursos, e devemos partir em seguida atrás dos executores. Ao todo, foram 5 presos, mas temos uma estimativa que esse grupo seja formado por 10 ou 11 pessoas", explica. Adam diz que parte administrativa da quadrilha está presa (Foto: Wendel de Novais/CORREIO) A prisão do policial militar, inclusive, só foi realizada graças ao interrogatório dos outros quatro suspeitos, que confessaram a participação dele no esquema. A ação da quadrilha ainda é objeto de investigação do Draco, que não sabe ainda se outros sequestros foram realizados, mas tem indícios disso. "Nós estamos investigando ainda, mas foi encontrado um veículo na casa do PM preso, um Air Cross branco alterado que pode ter sido usado em outros eventos criminosos também", informa Adam, que afirma que não há mais informações de quanto os bandidos poderiam ter lucrado além dos R$ 100 mil do sequestro em Jauá.

Ainda segundo o delegado, os investigadores não descartam a possibilidade de envolvimento de outros policiais militares nestas ações. "Em investigação, nós não descartamos nada, apenas eliminamos as hipóteses. Vamos fazer ainda a verificação e saber se tem ou não a participação de outros militares dentro desse grupo", conclui.

*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro