PM que morreu após treinamento do Bope sobreviveu a grave acidente em 2017

'Um sonhador', diz amiga de soldado durante sepultamento em Salvador

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  • Tailane Muniz

Publicado em 2 de agosto de 2018 às 18:43

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Tailane Muniz/CORREIO

O policial militar Rafael Tourinho de Aragão, 32 anos, sobreviveu a um acidente de moto grave que sofreu junto com a namorada em março de 2017, quando foi arremessado a uma distância de cerca de 10 metros. Na sexta-feira (27), no entanto, não teve a mesma sorte. 

O soldado sofreu uma parada cardíaca após passar mal durante um treinamento para entrar no Batalhão de Operações Especiais da PM (Bope), em Simões Filho, Região Metropolitana de Salvador, e acabou morrendo nesta quinta-feira (2) - quando foi atestada a morte cerebral do PM. O sepultamento ocorreu esta tarde, no Cemitério Bosque da Paz, em Salvador, sob salva de tiros. Foto: Tailane Muniz/CORREIO Cerca de 150 pessoas, sendo a maioria policiais militares de diversas companhias, incluindo o 18° Batalhão (Centro Histórico), onde o militar era lotado, e tropas especializadas como Bope e Choque, participaram do enterro. Os policiais presentes não quiseram falar com a imprensa.

De acordo com uma amiga que formou junto com Rafael na turma da PM há 18 anos, o rapaz sonhava entrar para o Bope."Ele era uma pessoa bastante focada no que queria, era um sonhador e fará falta para a corporação", disse, sem se identificar. Ainda segundo a amiga, o soldado não tinha filhos e não era casado.Internado no Hospital do Subúrbio desde então, o estado de saúde do PM se agravou e, na terça (31), a equipe médica abriu um relatório para apurar a suspeita de morte cerebral, o que foi constatada nesta quinta.

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Uma amiga da família, que também não quis se identificar, disse que a família do rapaz é evangélica e estava otimista com o treinamento para ingresso no Bope."Depois do acidente que ele sofreu ano passado, todo mundo ficou perplexo com essa morte repentina. Na época, ele foi arremessado, junto com a namorada, mas não sofreu qualquer ferimento. É realmente uma lástima", relatou.A namorada de Rafael esteve presente no enterro, assim como a mãe e outros familiares, mas ninguém quis comentar o assunto. Foto: Tailane Muniz/CORREIO Atividade na piscina Rafael estava na piscina, realizando uma atividade aquática, quando passou mal. De acordo com informações da assessoria da PM, a máscara de mergulho que Rafael usava alagou quando ele estava na piscina."Ele foi atendido por equipe médica e transportado por uma aeronave do Grupamento Aéreo (Graer) até o hospital", informou a nota.Rafael entrou na polícia em 2013 e fazia um curso de duração de cinco meses. A atividade que ele fazia pertencia ao módulo de operações aquáticas, que é composto por exercícios e provas para que o aluno consiga demonstrar domínio na flutuação, apneia estática e dinâmica, natação utilitária, salvamento aquático, entre outros. Todas as etapas são acompanhadas passo a passo pelo instrutor e por uma equipe médica.

Na atividade de mergulho, os alunos utilizam a máscara e são preparados, inclusive, para agir em situações de máscara alagada, ou seja, quando entra água no equipamento. A instrução faz o treinamento em ambiente controlado para que o aluno não entre em pânico caso aconteça esse tipo de situação. Ainda segundo a assessoria, as atividades do curso envolvem "alto risco de complexidade".