Polícia busca imagens de homens mortos após deixar delegacia em Salvador

Rapazes foram conduzidos após abordagem da PM; mortes motivaram protesto na Barroquinha

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  • Da Redação

Publicado em 21 de setembro de 2021 às 15:26

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: reprodução

A polícia está em busca de imagens que possam ajudar a esclarecer as mortes de dois homens após uma abordagem policial e condução a uma delegacia de Salvador. A história que começou no Centro da cidade, no domingo (19), e terminou com dois corpos na região da Brasilgás, nessa segunda-feira (20), está envolta em mistério.

O que aconteceu depois que Jorge Luís da Silva, 24 anos, e Jamilto Júnior Bispo Silva, 22, deixaram a delegacia? Para onde eles foram e quais caminhos percorreram antes de serem mortos? Por que eles foram assassinados? E quem cometeu ou mandou executar esses dois homens? Essas são perguntas ainda sem respostas.

A diretora do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Andréa Ribeiro, contou que os investigadores estão tentando levantar imagens que possam ajudar na investigação, que testemunhas e familiares ainda serão ouvidos, e que o caso será solucionado.

“Nossas equipes estão buscando imagens de câmeras de segurança que possam ajudar a contar os caminhos que esses jovens fizeram, e já intimamos familiares, mas eles estavam tratando das questões de sepultamento e estamos aguardando para poder ouvi-los. A polícia está empenhada em solucionar esse caso e daremos uma resposta para as famílias”, afirmou.

Ela contou que as informações oficiais são de que Jorge e Jamilton foram abordados por uma equipe da Polícia Militar, no bairro do Comércio, e levados até a sede do Grupo Especial de Repressão a Roubos de Coletivos (Gerc), no domingo (19). Os dois homens são suspeitos de participar de um assalto a ônibus ocorrido no dia anterior. Depois de serem ouvidos, os dois foram liberados, mas ficaram desaparecidos até os corpos serem encontrados na segunda-feira (20).

“Eles estavam com sinais de violência e foram mortos a tiros, calibre 380. Estamos investigando para identificar a autoria e a motivação do crime”, contou Ribeiro.

A delegada disse que Jorge e Jamilton foram liberados, mesmo depois de serem apontados por uma testemunha como sendo os homens que assaltaram o ônibus no dia anterior, porque não havia mandado de prisão contra eles. Questionada se esse não seria um caso de flagrante, ela respondeu que “talvez o delegado não tivesse todos os elementos necessários no momento para configurar o flagrante, mas o inquérito foi instaurado para apurar se de fato foram eles que participaram do assalto”.  

Segundo a polícia, os dois jovens estariam envolvidos em outros crimes. A delegada citou um caso ocorrido no ano passado quando uma mulher teve a corrente roubada no centro da cidade, e disse que existem outras situações envolvendo os jovens, mas que vai conversar com a família deles antes de divulgar novas informações.

A família contesta a versão da polícia. Segundo os familiares, Jorge e Jamilton não têm envolvimento com o crime e estavam na praia da Preguiça, no bairro do Comércio, quando foram abordados pelos policiais militares. Eles foram levados para o Gerc, onde foram confundidos com assaltantes e depois desapareceram.

Os familiares querem saber o que aconteceu depois das 17h de domingo, momento em que os dois jovens teriam deixado a delegacia, até a manhã do dia seguinte, quando os corpos foram encontrados na Rua do Paquistão, bairro das Granjas Rurais, nas proximidades da Brasilgás. Desde então, pelo menos dois protestos foram realizados na Barroquinha, onde as vítimas moravam para cobrar esclarecimentos.