Polícia Civil inicia treinamento para os casos de violência contra mulher

Abertura do evento aconteceu hoje; servidores buscam humanizar o atendimento também de outros grupos vulneráveis

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  • Luana Lisboa

Publicado em 26 de maio de 2021 às 18:57

- Atualizado há um ano

. Crédito: (Ascom/Polícia Civil)

O aumento da violência contra a mulher na pandemia e o consequente crescimento da subnotificação dos casos levou a Polícia Civil a iniciar um treinamento para tentar diminuir essas estatísticas, nesta quarta-feira (26). A ideia é humanizar o atendimento das minorias que os buscam, ja vulneráveis e incertas da punição de agressores. Na abertura do evento, na Academia da Polícia Civil (Acadepol), que reuniu 25 agentes, também foram reiteradas as já existentes ferramentas que facilitam a denúncia: a delegacia digital e o “ZAP Respeita as Mina”, da Secretaria Estadual de Políticas para as Mulheres.

Durante a fala, a titular da pasta, Julieta Palmeira, reforçou as barreiras que a mulher encontra para denunciar. “Pela dificuldade que as mulheres têm de se dirigirem às delegacias de forma presencial, aumentaram os casos e a subnotificação. Então, é um estado de alerta. Mesmo durante a pandemia, a gente não pode ficar parado em relação a qualificar as delegacias especializadas e qualificar os núcleos de atendimento às mulheres em situação de violência em todo o estado da Bahia”, afirmou.

Essa capacitação é o resultado de um termo de cooperação técnica entre a Polícia Civil e a Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM). “A gente vive ainda em uma cultura machista, misógina e, sem dúvida nenhuma, um elemento fundamental dessa qualificação é exatamente discutir questões relacionadas a gênero, a como acolher essa mulher, como apoiar e como dar uma proteção mais efetiva a essas mulheres em situação de violência”, acrescentou Julieta Palmeira.

A abertura ainda contou com a presença da delegada-geral da Polícia Civil, Heloísa Campos de Brito, e da diretora da Acadepol, delegada Joelma Jezler. De acordo com a delegada-geral, a qualificação permitirá a revisão de conceitos e da forma de atendimento das minorias, que já chegam fragilizadas. “Quando procura as nossas unidades, ela já chega fragilizada. Então, é preciso desenvolver nos nossos servidores a empatia, o acolhimento, bem como as informações técnicas que serão necessárias de serem consignadas nos procedimentos que serão realizados”.

A capacitação está sendo realizada com turmas de, no máximo, 25 servidores, mas uma parte também será realizada de forma online. “Queremos alcançar todo o efetivo que trabalha nas Delegacias da Mulher da capital e da região metropolitana”, explicou Heloísa Brito.