Polícia conclui que atirador da Catedral treinava com jogos de tiros

Cinco pessoas morreram, além do atirador, que se matou após o ataque

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  • Da Redação

Publicado em 20 de fevereiro de 2019 às 14:11

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Reprodução

O atirador que matou cinco pessoas e depois se suicidou na Catedral de Campinas aprendeu a usar uma arma através de jogos de tiro de video game, segundo concluiu a investigação da Polícia Civil da cidade. O crime aconteceu em 11 de dezembro do ano passado. 

Não há nenhum indício de que Euler Fernando Grandolpho fez parte de algum clube de tiro. Nas anotações no diário, ele registrava seu envolvimento com o jogo de tiro "PUBG"."Comecei a ver live 'PUBG' [game de tiro]. Depois de +/- 3 minutos elas invadem e começam a interferência (escandalosa, por sinal) Depois de uns dez minutos, levantei e fui carregar a CZ [arma que ele tinha em casa]. Pararam na hora. Liguei o rádio."O inquérito concluído será encaminhado na sexta ao Ministério Público. Ele inclui 19 laudos, fotos e tem mais de 500 páginas no total. 

O documento ainda conclui que o atirador agiu sozinho e trouxe a arma do Paraguai. Nas investigações, não foram encontrados nenhum sinal de que outra pessoa tenha participado do crime. Antes do ataque na catedral, Euler chegou a parar num camelódromo da cidade, mas a polícia não localizou indício de que tenha se comunicado com ninguém sobre o atentado.

O atirador planeja um ataque do tipo, que chamava de "algo grande", desde 2008. Ele não deixou nada explicando sua motivação.

A arma usada no ataque, para a polícia, foi trazida em uma das três viagens que Euler fez ao Paraguai. O inquérito foi concluído, contudo, sem que a numeração da arma tenha sido identificada. Anotações no diário sobre o país vizinho e o fato da arma não ser encontrada facilmente no país levam a crer que ela veio de fora. A arma é de 9mm, conhecida como CZ. Trecho do diário do atirador (Foto: Reproduçaõ) Relembre Euler entrou na Catedral de Campinas logo após uma missa, abrindo fogo contra os fiéis que lá estavam, em 11 de dezembro de 2018. Quatro pessoas morreram no hospital e uma quinta faleceu no dia seguinte no hospital. Outras quatro ficaram feridas. Após os disparos, o atirador se suicidou.

No diário do atirador, há relatos de perseguição e alusões a um ataque do tipo. O documento foi usado no inquérito, assim como depoimentos de vítimas, familiares e áudios. 

O Instituto Médico Legal (IML) concluiu que Euler morreu vítima do próprio disparo que fez no ouvido - logo depois, os policiais que foram atender a ocorrência chegam próximo dele.