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Polícia do DF desmonta acampamento '300', que protagonizou marcha contra STF


 

No fim de maio, o grupo fez um protesto com tochas acesas e foi acusado de se inspirar no nazismo e na Ku Klux Klan

  • Da Redação

Publicado em 13/06/2020 às 12:36:00
Atualizado em 21/04/2023 às 07:02:08
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A Polícia Militar do Distrito Federal desmontou, na manhã deste sábado (13), o acampamento intitulado "300 do Brasil", que estava montado na Esplanada dos Ministérios. 

O movimento, formado por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), ganhou visibilidade nas últimas semanas por ter marchado em direção ao Supremo Tribunal Federal (STF) usando tochas acesas e máscaras. 

No último dia 30, foram acusados, nas redes sociais, por políticos e acadêmicos de se inspirar no nazismo, além do Ku Klux Klan, movimento de supremacistas brancos que teve início nos Estados Unidos no fim dos anos 1860. O KKK, como também é conhecido, é organização racista conhecida por promover atos violentos contra negros.

A ação promovida neste sábado foi coordenada pela Secretaria de Segurança Pública e visava cumprir leis como o decreto que proíbe aglomerações no Distrito Federal, devido aos casos de coronavírus. 

No Twitter, uma das líderes do movimento, Sara Winter criticou a ação. "Às 6 da manhã a @pmoficial junto à Secretaria de Segurança desmantelou baixo de gás de pimenta e agressões (sic)", escreveu. 

O grupo já era alvo de uma ação civil pública do Ministério Público do Distrito Federal. o órgão solicitou a desmontagem do acampamento à justiça em caráter de urgência. A Justiça negou o pedido. 

Entenda o caso No dia 30 de maio, liderados pela ativista Sara Winter, um dos alvos do inquérito contra fake news que tramita no STF, o grupo divulgou vídeos em que fazem saudações como "Ahu". Gritavam, ainda, palavras de ordem como "Viemos cobrar, o STF não vai nos calar". 

No Twitter, pelo menos quatro assuntos ligados ao protesto estavam entre os assuntos mais comentados deste domingo (31) - era o caso das palavras "Ku Klux Klan", "Sara Winter", "O 300" e "The Purge". O último é o nome de uma franquia de filmes, assim como de uma série de televisão, conhecida por se passar em um futuro distópico. 

A jornalista Shannon Sims, da Bloomberg, foi uma das que comentou o ato. "Estranho ver isso em uma noite de protestos raciais aqui nos Estados Unidos. Mas é isso: uma cena surreal de um protesto contra o Supremmo Tribunal Federal brasileiro". 

Professor de Relações Internacionais da Fundação Getúlio Vargas, Oliver Stuenkel chamou os ativistas de "lunáticos". 

"Alguns lunáticos de extrema direita se reuniram ontem à noite em Brasília, encenando um comício da Ku Klux Klan. São poucos, mas desesperados por atenção -- e conseguiram: literalmente milhões de pessoas retuitam e assistem o vídeo deles. Nós os ajudamos a ganhar relevância", escreveu.