Polícia identifica e indicia suspeito de espancar jovem em Ondina

Inquérito já foi encaminhado ao Ministério Público

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  • Tailane Muniz

Publicado em 23 de julho de 2019 às 21:05

- Atualizado há um ano

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O autor das agressões ao estudante de Direito Cayan Lima Silva Santana, 19 anos, no início do mês de julho, foi identificado pela Polícia Civil. Apontado como o responsável por atingir Cayan a socos e pontapés, Guilherme Machado da Silva, 19, foi indiciado por crime de lesão corporal de natureza grave. 

A vítima foi atacada ao deixar a festa Hype, um evento de música eletrônica que acontecia na área verde do Othon, no bairro de Ondina, em Salvador. Algumas imagens, que chegaram a circular nas redes sociais, mostram uma confusão generalizada em frente à área onde acontecia o evento, quando teria ocorrido a agressão.

O estudante acabou desmaiado e passou cinco dias internado no Hospital do Exército, em Brotas. Por meio de nota, a polícia acrescentou que as investigações do caso, registrado na 7ª Delegacia (Rio Vermelho), sob a titularidade da delegada Lúcia Maria Jansen, foram concluídas na última quinta-feira (18), quando o inquérito foi encaminhado ao Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA), a quem cabe a decisão de denunciar Guilherme à Justiça. Estudante de Direito passou cinco dias internado (Foto: Acervo Pessoal) Sem dar maiores detalhes acerca dos passos da investigação, a pasta conclui a nota informando que o inquérito foi finalizado com "base na conclusão dos laudos periciais". 

Tentativa de homicídio Dono da ação penal, o MP-BA atua independentemente na investigação do caso. Procurado pelo CORREIO, o promotor Davi Gallo reafirmou que, em sua leitura, trata-se de uma tentativa de homicídio com dupla qualificação, sendo uma delas a impossibilidade de defesa da vítima e, a segunda, ainda a ser definida. Gallo também se referiu ao inquérito produzido pela Polícia Civil como "vazio". "Continuo com a mesma opinião de antes, inclusive instaurei um procedimento específico. Senti falta de depoimentos, de perícias. Sem dúvida nenhuma, trata-se de uma tentativa de homicídio duplamente qualificada, vou ouvir as partes para concluir a segunda qualificadora", disse o promotor.Segundo o promotor, a identificação do jovem suspeito foi possível, especialmente, por meio de imagens de circuitos de câmeras presentes no local. Gallo acrescentou que, além do suspeito, também pretende ouvir seus familiares no início de agosto. Para ele, as circunstâncias da agressão se assemelham à morte do estudante de Engenharia Kaíque Moreira Abreu, 22, em fevereiro do ano passado.

“Cayan não morreu porque teve a intervenção de terceiros. É um caso igualzinho, só que o agressor do jovem morto está preso, cumprindo pena de 14 anos. O que está recluso é negro e pobre, e eu estou aqui para dizer que a lei que vale para Chico, vale para Francisco”, disse, no início do mês, em referência ao pintor Edson Rodrigues dos Santos, 28, condenado, no início do mês passado, pela morte do estudante de Engenharia. Pai da vítima acredita que filho era "alvo" (Foto: Arisson Marinho/CORREIO) 'Alvo' À reportagem, o pai do estudante agredido, advogado Ary Santana, chegou a relatar, no início do mês, que o filho sofreu um "nocaute", que lhe rendeu uma lesão no baço, um edema no pulmão, além de fratura no nariz e um ponto de sangramento na cabeça. 

De forma resumida, Ary contou que o jovem se desentendeu com os agressores, que conhecia "do ciclo social", ainda dentro da festa de música eletrônica Hype, e, ao deixar o local, foi seguido pelos agressores. 

"Lá dentro, ele tomou uma dianteira, mas conseguiu equacionar, com a ajuda dos amigos. Na parte externa, abruptamente, foi abatido, mesmo quando já havia saído da área de confronto", completou o pai da vítima, à época. A família do jovem não foi encontrada para comentar a conclusão do inquérito.