Polícia investiga se morte de empresária no CE foi suicídio ou assassinato

Ela discutia com o namorado no momento do disparo, que a atingiu no peito

Publicado em 19 de setembro de 2019 às 15:32

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução

Empresária morreu com um ferimento à bala em Fortaleza (Foto: Reprodução) Dez dias antes de morrer baleada no peito, a empresária Jamile de Oliveira Correia assinou uma procuração dando diretos ao namorado, o advogado Aldemir Pessoa Junior, para ser seu representante an Justiça no processo do inventário do ex-marido. 

A morte de Jamile, que aconteceu em 29 de agosto em Fortaleza, no Ceará, foi tratada inicialmente como suicídio, mas agora a polícia investiga se na verdade foi um feminicídio. Ademir é o principal suspeito.

Jamile, que tinha 46 anos, morreu em seu apartamento, no Bairro Meireles. Vídeos descobertos depois mostram o advogado carregando Jamile ferida no elevador. Em outra ocasião, ele aparece agredindo a mulher dentro de um carro. A defesa de Ademir afirma que ele tentou impedir Jamile de dar o disparo contra si mesma, sem sucesso. 

Ademir era o representante de Jamile no processo do inventário do ex-marido dela, José Aluísio Correia Neto, morto em 2017 em um acidente de trânsito em Fortaleza. Um parente de Jamile contou ao G1 que o advogado teria ameaçado a empresária para que ela assinasse um documento que repassasse a ele os seus bens. 

Vídeo registrou agressões na garagem:

"Tudo isso me abala muito. A única coisa que ele queria dela era o patrimônio dela, quando o marido dela faleceu, ele deixou um patrimônio alto. Na minha cabeça, ele arquitetou tudo. Fez confusão e matou ela. Ele tinha uma folha onde dizia para ela passar todo o patrimônio dela para ele. Ela disse que ele podia matar ela e ela não passava. Ela dizia para mim que ele era um carrapato, que mandava ele sair do apartamento e ele não saía", diz.

Ademir afirma que tem seu próprio patrimônio e que ele e Jamile iriam se casar esse mês. "Foi suicídio e, de qualquer forma, tenho minha consciência tranquila".

Eles namoravam há cinco meses e já viviam juntos em um condomínio de luxo em Fortaleza, onde aconteceu o fato. 

Depois de ficar ferida, Jamile foi levada pelo namorado e pelo filho de 14 anos ao hospital. Um dia depois, ela não resistiu à hemorragia e morreu. O laudo cadavérico da perícia mostra que o tiro que a atingiu "se deu de cima para baixo". A trajetória da bala coloca dúvida em relação ao suicídio.

O filho de Jamile contou em depoimento que eram comuns as agressões do advogado contra a mãe. Ele estava na casa quando aconteceu o disparo, escondido em um closet desde que os dois começaram a brigar. Ele não sabe dizer quem apertou o gatilho.