Polícia vai investigar se Miguel foi jogado do 9º andar de prédio

Hipótese principal ainda é queda acidental, mas nova possibilidade é avaliada

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  • Da Redação

Publicado em 12 de junho de 2020 às 11:38

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução

A possibilidade do menino Miguel Otávio, de 5 anos, ter sido jogado do 9º andar do prédio em Recife onde morreu passou a ser investigada pela Polícia Civil de Pernambuco, segundo a revista época. Miguel estava sob cuidado da patroa da mãe, Sarí Corte Real, quando foi deixado só no elevador e subiu até o andar de onde caiu. Ele morreu pouco depois.

Essa nova linha de investigação considera que Miguel não teria conseguido chegar sozinho ao ponto do qual caiu. Peritos do Instituto de Criminalística retornaram ao edifício nessa semana, sob determinação do delegado Ramon Teixeira.

Os investigadores avaliam que seria difícil para Miguel, que tinha 1,15 metro, passar pela mureta de 1,20 metro para chegar à área onde ficavam os condensadores de ar-condicionado do 9º andar, de onde ele caiu. Além disso, ele teria que caminhar sobre os equipamentos de ar e passar por mais uma grade 1,30 metro com hastes de aluminío. Apesar das questões técnicas, a polícia não tem nenhum suspeito ou indício de que alguém iria querer jogar Miguel dali. Não há câmeras no corredor do andar.

“A princípio, ele tentou escalar e caiu lá de cima de forma acidental. Mas as investigações não estão conclusas. Falta comprovar se é possível ele ter caído sozinho”, explicou à revista perito criminal André Amaral.

A mãe de Miguel, Mirtes, diz que não descarta nenhuma hipótese.  “Agora, mais calma, olhei atentamente as imagens feitas pela câmera do elevador. O meu filho desce no nono andar, abre aquela porta de incêndio e passa por ela como se tivesse encontrado alguém do outro lado. Quem poderia estar ali? Só a polícia poderá descobrir”, diz.

Segundo a revista, os próprio moradores do prédio, conhecido como Torres Gêmeas, usaram as redes sociais para lançar dúvidas sobre a possibilidade de Miguel ter conseguido chegar ao local do qual caiu. Imagens com medições e até de crianças ao lado do local por onde o garoto teria passado foram postadas anonimamente para questionar e exibir a dificuldade. “A história de que ele subiu na mureta, caminhou pelo duto de ar-condicionado e subiu pela grade não nos convenceu”, escreveu um morador, que publicou uma foto de si mesmo ao lado da mureta. “Reparem que tenho 1,75 metro de altura e até para mim essa janela é alta”, escreveu

Apesar dessa nova linha, a principal hipótese ainda segue sendo a de queda acidental, com a patroa sendo responsabilizada por ter permitido que a criança vagasse sozinha pelo prédio. Procurando a mãe, que passeava com os cachorros da patroa embaixo, o garoto teria chegado à área restrita e caído.

Sarí foi presa e autuada por homicídio culposo, quando o ato não é considerado intencional. Foi solta em menos de 24 horas após pagar uma fiança de R$ 20 mil. Imagens do elevador mostram que ela deixou a criança só e ainda aparenta apertar um botão no alto.