Portos baianos são vitais para o desenvolvimento da Economia Azul

Estado apresenta exemplos de uma economia azul, próspera e eficiente, que gera milhares de empregos

Publicado em 29 de junho de 2021 às 06:00

- Atualizado há 10 meses

. Crédito: Shutterstock

A escolha de Salvador para ser a primeira capital do Brasil sob os domínios lusitanos na América, quase na segunda metade do século 16, levou em consideração as excelentes condições portuárias da Baía de Todos os Santos, que se tornaria então o principal destino das embarcações que cruzavam o Oceano Atlântico na rota comercial entre o Novo e o Velho Mundo.

Reconhecido à época como uma das grandes obras de infraestrutura de um Brasil ainda majoritariamente rural, o Porto de Salvador foi inaugurado em 13 de maio de 1913 pelo então governador José Joaquim Seabra, a partir do aterramento de uma extensa faixa do bairro Comércio. Até este momento da história, a estrutura portuária da capital baiana se resumia a um conjunto de trapiches e pequenos ancoradouros distribuídos em pontos diversos.“Atualmente, a Bahia, com o maior litoral do Brasil, continua pujante na atividade marítima e nos apresenta excelentes exemplos de uma economia azul, próspera e eficiente, que gera milhares de empregos”_ Vice-almirante Humberto Caldas da Silveira Junior, comandante do 2º Distrito NavalMesmo em meio a pandemia do novo coronavírus, o Porto de Salvador registrou em maio um crescimento de 8,12% na movimentação acumulada deste ano, em relação ao ano anterior, segundo dados divulgados na segunda semana de junho pela Companhia das Docas do Estado da Bahia (Codeba). O destaque ficou por conta das cargas de contêineres (alta de 13,64%). Em linhas gerais, o terminal também é fundamental para produtos como celulose, frutas e trigo, além de ser um dos principais destinos das rotas de cruzeiros marítimos do litoral brasileiro.

IMPORTÂNCIA DE ARATU-CANDEIAS Maior movimentador de cargas entre os portos públicos baianos, Aratu-Candeias cumpre, desde 1975, a missão de viabilizar os dois principais polos do desenvolvimento industrial baiano: o Polo Industrial de Camaçari e o Centro Industrial de Aratu (CIA). Considerado uma “extensão descontinuada” de Salvador, o terminal portuário é um dos escoadouros das produções petroquímica e química mais importantes do País.

Em maio, o Porto de Aratu-Candeias registrou alta de 36,26% nas movimentações acumuladas do ano, que foram fortemente influenciadas pelos granéis líquidos (expansão de 43,23%) e sólidos (crescimento de 26,48%). Versátil por conta de sua estrutura, cujos terminais conseguem operar, simultaneamente, produtos químicos e minérios, este terminal portuário é fundamental para a exportação de minérios de ferro, manganês e cobre, fertilizantes, nafta, propeno e ureia.

DO CACAU À DIVERSIFICAÇÃO Historicamente ligado ao Ciclo do Cacau, bem como os personagens de Jorge Amado, o Porto de Ilhéus nasceu ainda no século 19 como um ancoradouro na foz do Rio Cachoeira, com o objetivo de tornar o escoamento da produção da região mais eficiente. Já em 1971, com o assoreamento do Cachoeira, o novo porto foi inaugurado na Ponta do Malhado, tornando-se o primeiro construído em alto-mar no Brasil.

Hoje, além do cacau, o Porto de Ilhéus diversificou o próprio perfil ao movimentar cargas que incluem produtos como concentrado de níquel, óxido de magnésio, amêndoas, milho e soja. O terminal portuário, que em maio deste ano movimentou 28.357 toneladas de cargas, também tem atuado como operador turístico, setor cujas atividades registraram crescimento nos últimos anos.

LOGÍSTICA PORTUÁRIA Quando o assunto é a Economia do Mar, uma logística portuária de excelência tem fundamental importância. O Grupo Wilson Sons, que opera o Terminal de Contêineres do Porto de Salvador (Tecon Salvador), ostenta o posto de maior hub logístico portuário do Norte e Nordeste, figurando entre os dez maiores terminais em movimentação de cargas de longo curso do Brasil pelo terceiro ano consecutivo, segundo ranking da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).

“Entre os portos das regiões Norte e Nordeste, somos os únicos destacados com o maior volume de cargas transportadas para o comércio exterior (importação e exportação) no período. No último ano, dos 340 mil TEUs movimentados, 191 mil foram cargas de longo curso. Com escalas semanais, os principais portos de origem e destino destas cargas ficam nos Estados Unidos, Europa, China, Argentina, Turquia e Índia”, afirma o diretor-executivo da Wilson Sons, Demir Lourenço. O grupo Wilson Sons, que opera o Terminal de Containers do Porto de Salvador (Tecon Salvador), é o maior hub logístico portuário do Norte e Nordeste (Foto: @pontodevistadrones) CONHECIMENTO E TECNOLOGIA Sem o conforto e a tranquilidade proporcionados pela existência das operações logísticas, os obstáculos que estaríamos enfrentando em tempos de pandemia seriam ainda maiores. Esta é a opinião do diretor comercial da Intermarítima, Matheus Oliva. Maior operadora portuária de carga geral e granéis sólidos da Bahia, a empresa tem 34 anos de atividades ligadas ao mar e chega a atender a 200 navios por ano.

“Através de um profundo conhecimento técnico e de vultosos investimentos em equipamentos e tecnologia, a Intermarítima oferece soluções para grandes desafios de logística de comércio exterior e de cabotagem. O rigor com a segurança do trabalho, a prática da sustentabilidade e as ações de responsabilidade social são premissas para o desenvolvimento de nossas atividades”, destaca Oliva.

APOIO MARÍTIMO E PORTUÁRIO Outro bom exemplo de desenvolvimento de soluções inovadoras e estudo de projetos logísticos é o da Posidonia Shipping, empresa do Rio de Janeiro que atua nos mercados de cabotagem, longo curso e apoio marítimo. Com filial em Salvador desde 2017, a companhia opera no transporte de biocombustíveis, produtos petroquímicos e derivados de petróleo. A partir de 2019, ampliou sua atuação na Bahia com a entrada em operação da embarcação Posidonia Bravo, cujo foco é a extração e o transporte de minerais marinhos.

“Apoiar a iniciativa da Marinha em induzir, na sociedade local, a percepção de Salvador como um dos mais importantes centros vibrantes e ativos da Amazônia Azul é resgatar a importância histórica da cidade e do estado, reforçando a importância da Bahia na estratégia do País.”, assegura o CEO da Posidonia Shipping, Abrahão Salomão. Em 2021, a companhia investiu em mais uma embarcação, incorporando o Posidonia Orion em sua frota, que está prestes a iniciar operação, também em águas baianas, juntamente ao Posidonia Bravo.

Cada vez mais tecnológicos e automatizados, os portos atravessam os séculos como vetores do desenvolvimento da Economia do Mar. “Nos dias atuais, o mar continua sendo fundamental para o nosso Brasil. Por ele, fluem 95% de nossas importações e exportações, ressalta o Capitão de Mar e Guerra Paulo Gonzalez, Capitão dos Portos da Bahia.

O Economia do Mar é uma realização do jornal Correio com o patrocínio da Bracell, Wilson Sons, parceria Braskem e apoio institucional da Marinha do Brasil e WWI.

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