Pós-pandemia: 62% dos soteropolitanos temem aumento do trânsito, diz pesquisa

Segundo Datafolha, 56% dos entrevistados acreditam que o uso de veículos particulares piora a mobilidade urbana

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  • Da Redação

Publicado em 3 de dezembro de 2020 às 14:38

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Mauro Akin Nassor/Arquivo CORREIO

Em Salvador, cerca de 62% das pessoas estão preocupadas com o aumento do trânsito no pós-pandemia da covid-19. O dado é apontado pela pesquisa do Datafolha, encomendada pela empresa de mobilidade urbana 99. A pesquisa de percepção da população de Salvador (BA) sobre o uso de aplicativos, hábitos individuais de transporte e integração dos modos de transporte também revela que 38% dos soteropolitanos estão insatisfeitos com a mobilidade urbana de maneira geral, 37% a consideram regular e outros 25% acham ótima ou boa. 

De acordo com o gerente de Políticas Públicas da 99, Rodrigo Ferreira, a maior preocupação das pessoas entrevistadas na pesquisa é o aumento do número de carros nas ruas, principalmente com o medo da utilização do transporte público por causa da contaminação do novo coronavírus.

"Aí entra a importância dos aplicativos de mobilidade, já que eles reduzem a necessidade de se ter um carro próprio e possibilitam que as pessoas se locomovam neste período de insegurança. Sem um automóvel particular, além de economizar espaços urbanos de estacionamentos, as pessoas continuarão com um comportamento mais multimodal, o que reduz os congestionamentos", diz o gerente. Ele acrescenta que a redução de congestionamentos passa por incentivos a integrações entre diferentes modais. "Táxis, carros particulares, ônibus, metrô, bicicleta entre outros,  [para facilitar o direito de ir e vir dos brasileiros, principalmente nas periferias", fala.

Como solução para melhorar esse quadro, 56% dos entrevistados acreditam que o uso de veículos particulares piora a mobilidade urbana e, consequentemente, 58% defendem que a existência de carro por aplicativo diminui a necessidade de ter veículo próprio. Ainda como alternativa para evitar a volta aos congestionamentos pré-pandemia, 79% acreditam que os aplicativos de mobilidade colaboram com a fluidez do trânsito em Salvador. 

“A sociedade enxerga os carros compartilhados como ferramentas essenciais para contornar os gargalos da mobilidade em grandes cidades, como Salvador. Dessa maneira, os dados dessa pesquisa mostram que, cada vez mais, os aplicativos devem se integrar aos modos de transporte nas grandes cidades para termos uma mobilidade mais efetiva e inclusiva”, afirma Ferreira. 

Com um esforço para viabilizar soluções para esta questão, Ferreira diz que a empresa busca fomentar discussões sobre mobilidade urbana e contribuir com o debate da multimodalidade nos centros urbanos, principalmente com incentivos aos transportes coletivos, ativos e compartilhados. "Essa pesquisa com o Datafolha é mais exemplo desse esforço, já que com ela em mãos é possível pensar o presente e o futuro das cidades com mais clareza . A empresa também procura manter boas relações com agentes da esfera pública e sociedade civil, aberta para conversas que colaborem com a integração do sistema de mobilidade das cidades, incentivem o comportamento multimodal e contribuam para maior democratização do acesso à cidade", conta.

Renda e economia Outro dado importante foi apontado pela pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisa Econômicas (Fipe), ele mostra que a 99 adicionou indiretamente R$ 180 milhões ao PIB da capital baiana em 2019, o que agregou 0,29% ao PIB local no ano. Isso foi responsável pela geração do equivalente a cerca de dois mil empregos no ano apenas na cidade.   É a primeira vez que a Fipe analisa o impacto socioeconômico da 99 no Brasil. O estudo se baseia em dados da plataforma sobre as operações no país, dados do IBGE e análises anteriores produzidas pelo corpo técnico da fundação.   Boa parte dos efeitos positivos gerados na economia pela presença da 99 vem dos gastos das famílias dos motoristas que geram renda por meio do aplicativo de maneira complementar ou principal. Essa movimentação econômica estimula a cadeia produtiva e seus efeitos indiretos, o que consequentemente aumenta o índice de empregos gerados.