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Prates cita Carnaval no RJ e SP e faz apelo para que Rui amplie diálogo na BA


 

Ele garantiu que, do ponto de vista dos índices da pandemia do novo coronavírus, a capital baiana vive o seu melhor momento

  • Da Redação

Publicado em 11/11/2021 às 16:27:00
Atualizado em 22/04/2023 às 17:15:08
. Crédito: Divulgação

O secretário da Saúde do município de Salvador, Leo Prates (PDT), fez um apelo ao governador Rui Costa para que se amplie o diálogo em torno das discussões sobre a definição do Carnaval 2022 em Salvador. Ele defende que, com a liberação da folia momesca nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo, a capital baiana poderia acumular apenas o “ônus” caso não confirme o evento. Ele defende a discussão dos "impactos", já que Salvador não é "um ente isolado". 

“Como secretário da Saúde, para mim, é melhor não ter nada, mas eu não posso salvar as pessoas do coronavírus e matá-las de fome. Chamo o governador a essa reflexão. A não realização do Carnaval realmente protege a cidade de Salvador? O cidadão rico de Salvador vai para o Rio de Janeiro para pular o Carnaval, e eu quero lembrar que o coronavírus chegou de avião”, questionou Prates nesta quinta-feira (11). 

“Que a gente possa conversar com setor produtivo, com movimentos sociais na cidade, com epidemiologistas da cidade, com o Instituto de Saúde Coletiva da Ufba, com todos que a gente possa debater os prós e os contras. É conversando que a gente se entende”, defendeu Prates. Ele garantiu que, do ponto de vista dos índices da pandemia do novo coronavírus, a capital baiana vive o seu melhor momento. 

O secretário municipal da Fazenda do Rio de Janeiro, Pedro Paulo Teixeira, que esteve em Salvador nessa quinta-feira (11), lembrou que haverá Carnaval por lá e que os índices de vacinação contra a covid-19 são, inclusive, menores que os da capital baiana. Ele disse ainda que houve recorde na inscrição de blocos de rua - mais de 500 - mas que haverá respeito a regras e protocolos. 

A fala de Prates se insere em um intenso debate, fortalecido por um ultimato da Comissão Especial de Acompanhamento da Retomada dos Eventos da Câmara Municipal de Salvador (CMS), que aprovou um relatório, nesta terça-feira (9), com recomendações sobre como deve ocorrer a festa. Dentre as determinações para a festa está o prazo de definição, limitado ao dia 15 de novembro. 

O governador Rui Costa (PT) reagiu à determinação, afirmando que não aceita “ultimatos de ninguém”. “Reconheço a legitimidade de quem é investidor e de quem tem no Carnaval a sua atividade econômica, quem investe em camarotes, blocos, quem teve resultado positivo de R$ 5 milhões, R$15 milhões, acho que isso faz parte da atividade econômica da Bahia, gera emprego, gera renda. Mas, do outro lado, eu tenho 15 milhões de pessoas que eu tenho que cuidar da saúde", enfatizou. 

O prefeito Bruno Reis (DEM) também voltou a se manifestar sobre o assunto. Antecipou que um encontro com o governador deve acontecer na "na data-limite", que seria no final de novembro.

"Nós estamos prorrogando esse encontro para a data-limite para tomar a decisão para que tenhamos condição para a realização ou não para nossa cidade e estado para as festas de verão, réveillon, Carnaval. Essa data-limite é colocada pelo trade, blocos, eles dizem que se até o final de novembro não tiver essa decisão, eles não vão ter como participar.”

Restrição de público Mesmo defendendo o diálogo, o secretário municipal, apesar da cautela, fez uma espécie de crítica à política estadual utilizada para definição de público em eventos e festas. Decreto recente elevou a margem para três mil pessoas.

“Eu realmente não consigo entender. A equipe técnica que elaborou o decreto estadual, com todo o respeito e consideração que tenho aos técnicos da Sesab, por que nós estamos com três mil pessoas em atividade de eventos e 70% da Fonte Nova com venda de bebidas?.” 

“Pensando no princípio da equidade, que prevalece na Constituição Federal, se um produtor de eventos resolver alugar a Fonte Nova durante o Carnaval, ele pode utilizar 70% da capacidade do estádio? Se sim, por que as festas estão em três mil? Se não, qual é a justifica epidemiológica da diferença?”, finalizou o secretário.