Prefeito de Salvador não descarta adotar isolamento social na próxima semana 

Possibilidade vem após aumento da taxa de ocupação de leitos de UTI e novos casos de covid-19

  • Foto do(a) author(a) Marcela Vilar
  • Marcela Vilar

Publicado em 12 de fevereiro de 2021 às 12:25

- Atualizado há um ano

. Crédito: Max Haack/Secom/PMS

O prefeito de Salvador, Bruno Reis, considerou adotar medidas de isolamento social na próxima semana. A medida poderá ser aplicada se os números da pandemia do novo coronavírus não reduzirem até lá. Durante a entrega de uma geomanta no bairro de Matatu de Brotas, na manhã de hoje (12), Bruno salientou sua preocupação com o aumento dos índices de ocupação de leitos de UTI nesta semana e, principalmente, a quantidade de pessoas na fila de espera das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), que também tem aumentado  

“Não está descartada a possibilidade de, se continuar esses números, na semana que vem, nós adotarmos medidas de isolamento social. Queremos isso? Não. Nunca quis isso. Já são praticamente 45 dias como prefeito e, em nenhum momento, adotamos medidas de restrições, porque os números vinham estáveis. Os números vinham mantendo uma média móvel que tínhamos capacidade de administrar. Mas, a gente começa a perceber uma curva ascendente que está crescendo de forma muito rápida”, alerta o prefeito.  

Segundo Reis, nos últimos três dias, as taxas vêm crescido de forma expressiva. “O que mais preocupa a gente são o número de novos casos diários, o fator RT e a velocidade de aceleração. Então, tem um risco real de estar circulando outra cepa na cidade, muito mais agressiva, que tem feito os números crescerem, a ponto de trazer grande preocupação. Hoje pela manhã, nos acordamos com 72% de ocupação dos leitos de UTI”, ressaltou o prefeito. 

Ele lembra que, no início da semana, a taxa de ocupação de leitos de UTI começou em 64%, subiu para 74% ontem (11). Além disso, há grande preocupação com a quantidade de pessoas na porta das UPAs à espera de atendimento. “O problema são as pressões nas UPAs. Isso é real. Ontem, tinham 83 pacientes para serem regulados, dependendo de leitos de enfermaria e leitos de covid. Boa parte foi regulada e, hoje, nas nossas UPAs, tinham 18 pessoas dependendo de novos leitos. Esses números vinham baixos, mas o fato é que no estado todo. E efetivamente, tanto a prefeitura quando o governo do estado já está chegando nos números de leitos que tínhamos na primeira onda, e a capacidade de produzir mais leitos não é fácil. Mais do que nunca, precisamos do apoio da população”, explicou Reis.  

Para conter o aumento da demanda ao sistema de saúde, a prefeitura anunciou que abrirá novos gripários em Valéria e em São Cristovão para ajudar a diminuir a pressão nas UPAs. O prefeito também relembrou que 20 novos leitos de UTI foram abertos, nesta sexta-feira (12), pela gestão municipal, e que o governo do estado abrirá mais 20 até o domingo (14), em toda a Bahia. O governo estadual também estuda reabrir o hospital de campanha da Arena Fonte Nova.  

O chefe de executivo municipal também pediu apoio da população para que continuem cumprindo os protocolos sanitários, única medida efetiva, até então, no combate à transmissão do novo coronavírus. “Preciso pedir a todos que respeitem todos os protocolos. Não há outro caminho para enfrentar a pandemia ou o coronavírus do que seguirmos os protocolos e mantermos os distanciamentos, evitarmos aglomeração, utilizarmos máscara e fazer a higienização. A gente percebe, nas ruas, que, até em relação à utilização das máscaras, as pessoas já estão se acomodando. Temos ainda, por mais que as vacinas estejam aí, um longo caminho a percorrer”, ponderou o prefeito. 

O prefeito relembrou que eram 1.769 os casos ativos do novo coronavírus, em agosto de 2020. Hoje, o número está quase em 1.500. É o maior número de casos ativos desde agosto, ou seja, em um período de seis meses. Os casos ativos consideram todos aqueles que se contaminaram, mas que não evoluíram a óbito, e não se enquadram nos critérios de recuperados. Já a média do número de pacientes para serem regulados nas unidades de saúde estavam em torno de 30 a 40 em toda a Bahia. Essa semana, chegou em 83. “É um número muito elevado e isso preocupa muito, porque estão muito próximos do pico da primeira onda. Todos os outros índices que permitem a gente a tomar decisões cresceram de forma acentuada a ponto de a gente se procupar em perder o controle da situação”, conclui Bruno Reis. 

*Sob orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro