Prefeitura de Salvador anuncia fechamento de shoppings a partir de sábado

Apenas clínicas vão funcionar; medida também vale para outros centros comerciais

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  • Da Redação

Publicado em 18 de março de 2020 às 15:46

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Tayse Argolo/Arquivo CORREIO

Como mais uma das medidas adotadas para conter o avanço do coronavírus, todos os shoppings de Salvador serão fechados a partir deste sábado (21). A decisão foi anunciada pelo prefeito ACM Neto, em entrevista coletiva, na tarde desta quarta-feira (18), como parte do decreto que anunciou estado de emergência no município, e deve durar 15 dias. 

A determinação inclui também centros comerciais e empreendimentos correlatos, a exemplo de centros empresariais que contam com lojas em andares térreos. A ideia é que os estabelecimentos tenham os próximos dois dias para se adaptar. O decreto será assinado nesta quarta e deve ser publicado no Diário Oficial do Município (DOM) desta quinta-feira (19)."Entendemos que a medida agora precisa ser mais dura e a decisão é de fechamento completo de todos os shoppings e centros comerciais. Venho me reunindo com dirigentes de shoppings e representares dos lojistas, como a CDL e entidades que representam lojistas da cidade. A reunião teve consenso sobre essa medida. Não é uma medida unilateral da prefeitura. Procurei o diálogo e encontrei sensibilidade e compreensão dos donos de shoppings e lojistas", afirmou o prefeito. A única exceção de funcionamento dos shoppings será para as clínicas que porventura sejam localizadas dentro dos centro de compras. Até as farmácias que ficam nos shoppings deixarão de funcionar. 

Além disso, o prefeito anunciou a suspensão do funcionamento do Mercado Modelo e do Elevador Lacerda. A princípio, a administração havia reduzido a capacidade de transporte de pessoas do elevador e agora optou por interromper as atividades do equipamento por tempo indeterminado.

A prefeitura decidiu fechar o Mercado Modelo por entender que a comercialização no local não é voltada para itens básicos, como alimentos, como é o caso da Feira de São Joaquim. As feiras livres e mercados municipais que vendem produtos essenciais não terão restrição neste decreto.

Prejuízo

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado (Fecomércio-BA) já havia divulgado, nesta terça-feira (18), que estima um prejuízo de até R$ 108 milhões por dia caso quase todos os estabelecimentos comerciais tenham que fechar as portas. Feito pela entidade com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o cálculo considera um cenário extremo considerando que 70% dos estabelecimentos baixem as portas.

"Nós entendemos que é uma medida emergencial, estamos vivendo um momento de guerra e o novo inimigo é invisível, não sabemos onde o vírus está. O governo e a prefeitura têm que tomar medidas duras e estão tomando", disse o presidente da Fecormércio-BA, o empresário Carlos de Souza Andrade.

Para ele, que é lojista de shopping, os governos municipais, estaduais e federais deveriam dar garantias aos empresários para enfrentar o momento e evitar demissões de empregados. A sugestão da entidade baiana é que o estado ou o governo federal possam abrir linha de crédito com baixos juros através da Desenbahia, Banco do Brasil ou Caixa Econômica Federal para que os donos de lojas possam pagar os salários de funcionários e demais encargos dos seus estabelecimentos.

Carlos Andrade defende, inclusive, que essa determinação deveria ser logo, já que os salários precisam ser pagos no próximo dia 5 de abril. A Fecomércio também quer que o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), de arrecadação estadual, seja prorrogado ou cobrado apenas parcialmente. "A gente entende que o governo precisa arrecadar, mas a gente não vai ter faturamento nenhum para pagar! Precisamos que seja postergado por pelo menos seis meses", disse.

O empresário declarou que espera que os donos de lojas passem essa fase sem precisar fazer demissões. Até o momento, o destino dos funcionários ainda não foi decidido.

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