Prefeitura de Salvador investe R$ 74,5 milhões por mês no combate à pandemia

Desde março de 2020 até hoje, investimento foi de R$ 803 milhões 

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  • Marcela Vilar

Publicado em 19 de março de 2021 às 15:24

- Atualizado há um ano

. Crédito: Betto Jr/Secom

Cuidar da saúde custa caro: a prefeitura de Salvador gasta R$ 74,5 milhões por mês no combate à pandemia no novo coronavírus. Os principais investimentos são na manutenção da estrutura dos leitos de enfermaria e Unidades de Terapia Intensiva (UTI), assim como a compra de insumos e contratação de trabalhadores para aplicarem a vacina contra a covid-19 nos soteropolitanos. Só nesta categoria, são R$ 36 milhões gastos mensalmente.  

A segunda maior despesa é na educação, com a distribuição de 160 mil cestas básicas por mês aos alunos da rede municipal de ensino. Desde março de 2020, quando as primeiras medidas de combate à crise sanitária foram tomadas, a prefeitura investiu, ao todo, R$803 milhões no combate à doença. O prefeito Bruno Reis apresentou, nesta sexta-feira (19), em coletiva virtual no Palácio Thomé de Souza, um balanço das ações e projetos desenvolvidos na capital baiana nesse período.  

“É muito dinheiro, mas, essa é a prioridade. Nossa prioridade sempre foi salvar vidas. E sempre será. Então, nós não temos feito conta nesse momento. Sabemos das limitações orçamentárias que estamos enfrentando, mas, é hora de salvar vidas. Depois, vamos achar os caminhos, ter sabedoria, estamos tomando as decisões pra reduzir o custeio. Toda essa estrutura que nós estamos viabilizando é fundamental no enfrentamento à pandemia”, defende Bruno Reis.  

Saúde  O fortalecimento do sistema de saúde foi uma das prioridades nesse cenário de combate ao Sars-CoV-2. A cidade ampliou a quantidade de vagas para tratar pacientes com a doença, e, em comparação ao auge da primeira onda da pandemia na cidade, há um maior número de leitos hoje. Em 2020, havia 499 leitos, sendo 228 de UTI e 271 clínicos. Agora em 2021 são 615 vagas, 266 delas de terapia intensiva e 349 clínicas. 

No ano passado, Salvador só tinha três hospitais de referência para covid: o hospital de campanha do Wet'n Wild, montado, à época, na Avenida Luís Viana Filho (Paralela), o da Sagrada Família (Bonfim) e a Unidade Hospitalar Exclusiva pra Covid-19, no Caminho das Árvores. Hoje, são cinco unidades de campanha: o Hospital da Sagrada Família, a Unidade Caminho das Árvores, Hospital Santa Clara (Itaigara), Hospital Salvador (Federação) e o Ginásio de Itapuã, inaugurado recentemente.  

Também houve um incremento nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA) da cidade. Na UPA de Valéria e na dos Barris, foram 10 leitos com suporte ventilatório em cada uma. Na UPA do Marback, no Imbuí, um leito dessa natureza foi implantado. Outros seis gripários foram construídos, para atender as pessoas com síndromes gripais, além de três salas para estabilização de pacientes graves nas Unidades de Saúde da Família (USF) de Ilha de Maré, de Bom Jesus dos Passos e de Paramana.  

No que tange à contratação de pessoal e compra de aparelhos essenciais para funcionamento das UPAs, gripários e hospitais, Salvador tem 355 respiradores, 3 mil novos profissionais de saúde e 92 agentes de vacinação. Todos eles foram convocados só nesse período de crise, para atuarem no dia a dia. Além disso, foram adquiridos 305 mil testes para covid-19. Desses, foram usados 213 mil em 30 bairros, durante as blitze voltadas para testagem rápida. Atualmente, 67 unidades de saúde ofertam o procedimento gratuitamente.  

O prefeito também ressaltou a criação do Disque Coronavírus 160, para quem quiser obter informações sobre a covid-19 e fazer denúncias. O canal recebeu mais de 280 mil ligações. Outras duas plataformas, on-line, foram implementadas, que têm atualização diária. Uma delas é o Vacinômetro, que possui dados referentes à imunização do público prioritário, e a outra é o Filômetro, para informar o fluxo de pessoas nos pontos de vacinação.   

Nessa etapa inicial de vacinação contra a covid-19, a cidade chegou a ter 12 drive-thrus, 14 pontos fixos, 153 salas, quatro câmaras de conservação de vacinas, quatro refrigeradores e uma câmara fria fixa.  

Distribuição de cestas básicas e auxílio emergencial  Uma das principais ações sociais realizadas pela prefeitura em meio à pandemia é o programa Salvador para Todos. Com ele, mais de R$66 milhões foram destinados a 37 mil pessoas cadastradas na iniciativa municipal, que oferece mensalmente auxílio emergencial de R$270.   

Os beneficiários são trabalhadores informais cadastrados na Prefeitura (ambulantes, guardadores de carro, baianas de acarajé, feirantes, baleiros, barraqueiros, recicladores, camelôs; taxistas, mototaxistas e motoristas de aplicativos com mais de 60 anos); motoristas de transporte escolar; pessoas que recebem auxílio aluguel da Prefeitura e não são contempladas pelo programa Bolsa Família; e pessoas em situação de rua.  

“Não há uma capital no Brasil que tenha investido tanto no social. Somos a única com auxilio próprio, inclusive, com valor acima do benefício que voltará a ser concedido pelo governo federal. Já pedimos prorrogação do Salvador por Todos por, pelo menos, até junho”, assegura Bruno Reis.  

Além do suporte financeiro, a prefeitura mantém quatro Unidades de Acolhimento Emergencial (UAEs) para pessoas em situação de rua. Este público também foi alcançado com cinco consultórios públicos e em abordagens para abrigo temporário em hotéis sociais e unidades de acolhimento durante o toque de recolher.   

Desde março de 2020, mais de 77 toneladas de alimentos e produtos de limpeza e higiene pessoal foram recebidos pela prefeitura por meio de doações feitas pela população e distribuídas a entidades de assistência social cadastradas no município. De acordo com o balanço divulgado pelo prefeito, já são 700 mil refeições fornecidas, entre ações de entrega de quentinhas nas ruas e nos restaurantes populares. Sem falar nas outras 213.017 cestas básicas entregues para pessoas carentes, mães de crianças com microcefalia e outras deficiências, crianças abrigadas, autônomos. Para a área de assistência social, a prefeitura investe mais R$8,5 milhões mensalmente.  

Medidas restritivas nos bairros  Através das medidas regionalizadas de proteção à vida, Salvador tenta reduziu os índices de covid-19 nos bairros onde eles estão alarmantes. São realizadas abordagens mais próximas aos moradores para conscientizá-los da necessidade de manter os cuidados pessoais e evitar aglomerações.  

Em um ano, mais de 3,5 milhões máscaras faciais foram distribuídas nos bairros, 213.285 testes rápidos foram realizados; 147 mil atendimentos foram feitos através do Cras Itinerante. Além disso, as equipes da Prefeitura realizaram 129.136 sensibilizações e abordagens a pessoas nessas localidades, 4.303 pessoas em situação de rua acolhidas e 9.373 ações de higienização e desinfeção executadas. Com a Operação Tá no Grau, iniciada em 2021, 182 mutirões de limpeza aconteceram em bairros carentes.  

Fiscalização  A força-tarefa coordenada pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (Sedur) para monitorar o cumprimento dos protocolos geral e setoriais do comércio já fez 367.736 fiscalizações neste último ano. O número de interdições chegou à marca de 8.430. O de cassações de alvará, em 99. Com apoio da Guarda Civil Municipal (GCM) e Polícia Militar, as operações dispersaram 685 aglomerações.  

Investimento mensal da prefeitura por setor:  Saúde - R$ 36 milhões (leitos de enfermaria, uti, estrutura, insumos, contratação de pessoas para vacinação) Transporte urbano - R$14 milhões Educação - R$ 16 milhões (160 mil cestas básicas por mês) Assistência social (Auxílio Emergencial Salvador por Todos, distribuição de refeições, cestas básicas) - R$ 8,5 milhões 

*Sob orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro