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Prefeitura estuda ampliar sirenes de alarme em áreas de risco em Salvador


 

Capital tem 11 dispositivos: dez foram acionados ontem

  • Eduardo Dias

Publicado em 27/11/2019 às 09:38:00
Atualizado em 20/04/2023 às 13:41:06
. Crédito: Mauro Akin Nassor/CORREIO

O prefeito de Salvador, ACM Neto, anunciou nesta quarta-feira (27) que a prefeitura estuda ampliar a implantação de sirenes de alerta em outras áreas de risco da cidade. Salvador hoje possui cerca de mil áreas de risco mapeadas pela prefeitura - dessas, em 300 já foram implantadas proteção de encostas ou estão com obras em execução. Cerca de 2,5 mil famílias já recebem o auxílio aluguel.

De acordo com o prefeito, somente após a chuva que caiu em Salvador na terça-feira (26), que foi quase o dobro esperado para o mês de novembro inteiro, 387 pessoas já foram abrigadas nas escolas municipais, das 900 cadastradas pela prefeitura. 

"As sirenes podem ser ampliadas, tanto que a gente começou com três áreas e hoje estamos com 11, e a prefeitura faz investimentos todo ano. Ontem, por exemplo, na Ladeira do Cacau, foi uma sirene nova, implantada esse ano. Temos no planejamento estratégico da prefeitura essa previsão de implantação permanente e progressiva de sirenes na cidade", afirmou Neto. 

As sirenes foram acionadas na localidades de Baixa de Santa Rita (bairro de São Marcos), Calabetão, Bom Juá (Fazenda Grande do Retiro), Vila Picasso (Capelinha), Voluntários da Pátria (Santa Luzia), Baixa do Cacau (São Caetano), Moscou (Vila Canária), Mamede I (Alto da Terezinha), Mamede II  (Alto da Terezinha) e Bosque Real (Sete de Abril). (Foto: Bruno Wendel/CORREIO) A Ladeira do Cacau, em São Caetano, inclusive, foi uma das áreas da cidade mais atingidas pela chuva. Nesta terça, houve um deslizamento de terra que acabou acarretando na interdição da via. Neto garantiu que a prefeitura está realizando uma analise técnica do trecho para o segmento da interdição ou liberação da via.

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"Já estamos fazendo uma análise sobre a situação da encosta. Caso a encosta não ofereça novos riscos de escorregamento, nós vamos fazer, ao fim da limpeza, a liberação da via. Caso a encosta ainda ofereça algum tipo de risco, vamos manter a via interditada até que esse risco seja cessado. Para a gente, a coisa mais importante é afastar qualquer risco de vítima fatal. Por isso, a prefeitura vai agir com todo critério e rigor na avaliação da situação técnica da Ladeira do Cacau", garantiu.  (Foto: Bruno Wendel/CORREIO) Ainda segundo o prefeito, Salvador possui cerca de 2,5 mil famílias que moram em áreas de risco recebendo o auxilio aluguel da prefeitura. Com a chegada da chuva, Neto voltou a afirmar que mesmo que não possuam o título de suas residências, as famílias poderão ter acesso ao auxílio. 

"Essas famílias recebem todo mês o auxilio aluguel. São famílias que são consequências das chuvas, que nós tiramos de suas moradias e que recebem essa remuneração mensal da prefeitura até que possam ter uma casa em área segura. Mas nós temos em Salvador, mapeadas, mais de mil áreas de risco na cidade. Sendo que dessas, pelos menos 300, entre 2015 e o presente momento, ou já realizamos a contenção e proteção das encostas ou estamos em execução de obras nessas áreas. As famílias que não possuem o título de suas residências também poderão receber o auxilio aluguel", garantiu.  O primeiro deslizamento aconteceu por volta das 4h (Foto: Bruno Wendel/CORREIO) Auxílio Para ter acesso ao auxílio, é necessário que as famílias procurem a Defesa Civil de Salvador (Codesal) para solicitar a vistoria dos imóveis. Caso seja confirmada a perda dos bens, as famílias são encaminhadas pela própria Codesal para a Secretaria de Promoção Social e Combate à Pobreza (Sempre). 

"O auxílio da prefeitura é fundamentalmente voltado para as pessoas que perderam, por conta dos alagamentos de ontem, os seus bens. Quem perdeu TV, fogão, sofá, o que tem que fazer é: ligar para a Codesal (199), que vai fazer a vistoria naquela casa para poder confirmar que houve a perda daqueles bens e em seguida a própria Codesal manda para a Secretaria de Promoção Social e a pessoa passa a ter o direito de receber até três salários mínimos de auxílio por parte da prefeitura, para que possa recomeçar a sua vida e reconstruir os seus pertences e, portanto, diminuir um pouco a consequência e o efeito dessa chuva", ressaltou o prefeito.  ACM Neto esteve na TV Bahia na manhã desta quarta-feira (27) (Foto: Eduardo Dias/CORREIO) A prefeitura também disponibilizou escolas municipais que serve de abrigo para as famílias que tiveram seus imóveis atingidos pela consequência da chuva. "Temos uma lista completa que vamos disponibilizar. Estamos trabalhando em esquema 24 horas e ontem já fizemos o abrigamento de 387 pessoas de quase 900 que foram cadastradas pela prefeitura. Algumas famílias que quando saem de suas casas preferem ir para casa de um parente, mas tem outras que não tem parentes e ficam nessas escolas onde podem ter colchão, cobertores, assistência psicológica e alimentação por parte da prefeitura. Os abrigamentos vão continuar até que essas pessoas possam ter uma destinação definitiva, ou voltando para sua casa ou passando a receber o aluguel social", completou.

Auxilio do governo federal Neto afirmou também que, por hora, a prefeitura não vai solicitar auxílio do Governo Federal para ajudar no apoio às famílias vítimas da chuva. Mas, caso seja necessário, não vai deixar de solicitar a ajuda.

"Por hora, não. Até recebemos um telefonema ontem, da Secretaria Nacional da Defesa Civil. Mas, como a prefeitura tem nas suas estruturas a condição de fazer o apoio nesse momento, como temos condição de oferecer colchões, cobertores e cestas básicas, e dar todo o apoio de abrigamento, não é ainda o caso de solicitar apoio ao Governo Federal. Mas se for preciso, não vamos deixar de solicitar de maneira alguma", finalizou. 

*Com supervisão do chefe de reportagem Jorge Gauthier