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Da Redação
Publicado em 25 de agosto de 2022 às 19:00
- Atualizado há 2 anos
A Prefeitura de Salvador assina, nesta sexta-feira (26), a ordem de início dos serviços relativos à Pesquisa de Mapeamento, Contagem e Caracterização da População em situação de rua de Salvador, em parceria com o Projeto Axé de Defesa e Proteção à Criança e ao Adolescente. O prazo para o fim dos trabalhos está previsto para julho de 2023 e a realização de 1400 entrevistas.>
Na ocasião, também será lançado o “Caderno de Forma - ação e Navegação Social, Volume II”, além da Exposição Fotográfica Caminhos do Cotidiano do Projeto Axé.>
De acordo com o secretário da Sempre, Daniel Ribeiro, trata-se de um documento bastante esperado pela sociedade civil e pelo poder público e que dará um norte para a ampliação de políticas públicas voltadas para a população de rua. O secretário frisa ainda que a pandemia, conforme avaliado pelo trabalho em campo dos técnicos da Sempre, “inevitavelmente”, ampliou o número de pessoas em vulnerabilidade nas ruas da capital baiana.>
“E, consequentemente, o termo de colaboração, que visa realizar uma pesquisa de mapeamento, contagem e caracterização das situações de vulneração e violações de direitos vividas pela população em situação de rua, ancorada justamente na necessidade de construção e monitoramento de dados validados e confiáveis que correspondam à realidade das pessoas de diferentes faixas etárias que estão nesta situação em Salvador, nos ajudará muito no quesito inclusão social”, frisou Ribeiro.>
Último Censo Oficial>
Em 2009, o programa ‘Salvador Cidadania’, desenvolvido pela então Secretaria Municipal do Trabalho, Assistência Social e Direitos do Cidadão (Setad), em parceria com o Ministério Público Estadual e a Fundação José Silveira, apresentou o último censo. De acordo com a pesquisa, na ocasião, 2.076 pessoas dormiam nas ruas de Salvador, sendo que a maioria deixou suas casas por conta da fragilização extrema dos vínculos familiares.>
Dos 2.076 moradores de rua, apenas 66 não aceitaram participar da pesquisa que indicava também que 89,6% dessa população era originária da própria cidade de Salvador ou de municípios da Região Metropolitana. Dos 2010 recenseados, informava o censo, 285 declararam já ter passado por abrigos institucionais, 148 já estiveram internados em hospital psiquiátrico e outros 148 moradores de rua já haviam passado pela casa de detenção. Essa população, segundo dados do trabalho realizado pela Fundação José Silveira e Setad, vivia em áreas da cidade caracterizadas pela concentração do comércio e de outras atividades produtivas e pela maior circulação de pessoas e veículos.>
A época, composta majoritariamente por homens (79,8%), a população em situação de rua de Salvador tinha, conforme a equipe técnica da pesquisa, sua condição de vulnerabilidade agravada pela falta de documentos básicos, indispensáveis para atos civis e ao exercício da cidadania política, como a carteira de identidade, certidão de nascimento e título de eleitor.>