Presentes ecológicos de Iemanjá são entregues na Gamboa

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  • Gil Santos

Publicado em 27 de janeiro de 2019 às 22:06

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Evandro Veiga/ CORREIO

Ainda faltam sete dias para o aniversário da rainha das águas salgadas, mas Iemanjá já começou a receber presentes. Ontem, centenas de pessoas foram até o mar da Gamboa, na Avenida Lafayete Coutinho (Contorno) para fazer saudações, levar presentes, pedidos e agradecimentos para ela, a dona dos rios e das águas doces, Oxum, e o caboclo Marujo.

A quinta edição do Presente Ecológico de Iemanjá, aconteceu na comunidade do Solar do Unhão, ao lado do Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM). Por volta das 15h30, os balaios deixaram o espaço sagrado construído de frente para o mar e seguiram junto com a imagem da sereia do Solar do Unhão até as areias da praia.

Pais, mães e filhos de santos precisaram se equilibrar nas escadas, enquanto carregavam os balaios que foram entregues com muita música e orações. O som dos atabaques das filhas de Gandhy era ouvido por quem passava na Avenida Contorno.

Célia Alves, 52 anos, faz parte da banda há 6 anos, mas essa foi a primeira vez que participou da celebração. “Pensava que era uma festa específica do pessoal do candomblé. Quando soube que não era bem assim fiz questão de vim ver. Estou encantada. A festa e linda”.

Segundo os organizadores, a preparação para o presente começa uma semana antes, quando pescadores da comunidade entram no mar para pescar em homenagem à Iemanjá. Todo o peixe fisgado serve para fazer uma grande moqueca para os moradores.

Nos balaios nada de vidros de perfumes, sabonetes ou acessórios plásticos, como brincos e pulseiras. Flores, brancas e amarelas, eram a maioria dos presentes. Os organizadores explicaram que eles são formados apenas por objetos não-poluentes, mantendo a relação tradicional entre o candomblé e a proteção dos elementos do meio-ambiente.

A festa acontece sempre no domingo anterior ao 2 de fevereiro como uma estratégia para conscientizar a população sobre os males da poluição. A comerciante Maria Ana dos Santos, 45 anos, aprovou a ideia. “A fé do nosso povo é tão bonita. Não importa a crença, as manifestações são sempre de carinho e amor. É isso que encanta o mundo”, disse.

A ação é uma iniciativa do Museu de Street Art Salvador (Musas) e do Coletivo de Entidades Negras (CEN), com apoio dos afoxés Filhas de Gandhy e Filhos de Kori-Efan, além de grupos de baianas.