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Presidente da ANJ critica ataques contra jornalista Patrícia Campos Mello


 

Jornalista sofreu ataques misóginos após uma sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito da Fake News

  • Da Redação

Publicado em 18/02/2020 às 11:47:59
Atualizado em 20/04/2023 às 20:35:05

O presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ) condenou os ataques à jornalista Patricia Campos Mello, da Folha de S. Paulo, que sofreu ataques misóginos após uma sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito da Fake News. Em depoimento, o ex-funcionário da empresa Yacows Hans River do Nascimento disse que a jornalista se insinuou sexualmente em troca de informações para uma matéria que foi publicada em outubro de 2018 sobre envio de mensagens em massa pelo WhatsApp para uso eleitoral.

Nesta terça, o presidente Jair Bolsonaro voltou a fazer insinuações sobre o trabalho da jornalista. "Ela queria um furo. Ela queria dar o furo a qualquer preço contra mim", disse Bolsonaro aos risos na saída do Palácio da Alvorada.

A Folha de S. Paulo publicou áudios e imagens para provar que Hans mentiu. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) usou suas redes sociais para amplificar o ataque.

“É lamentável que um depoimento em CPI  repleto de inverdades seja usado para atacar a honra de uma repórter que fez o seu trabalho de trazer à luz práticas eleitorais questionáveis. A tentativa de intimidar e deslegitimar o jornalismo profissional é uma das práticas típicas de autocracias”.

O presidente da República agride a repórter Patrícia Campos Mello e todo o jornalismo profissional com a sua atitude. Vilipendia também a dignidade, a honra e o decoro que a lei exige do exercício da Presidência.

A ANJ protesta contra as lamentáveis declarações  do presidente Jair Bolsonaro ao ecoar ofensas contra a repórter Patrícia Campos Mello, do jornal Folha de S. Paulo.

As insinuações do presidente buscam desqualificar o livre e exercício do jornalismo e confundir a opinião pública. Como infelizmente tem acontecido reiteradas vezes, o presidente se aproveita da presença de uma claque para atacar jornalistas, cujo trabalho é essencial para a sociedade e a preservação da democracia.

A Folha também divulgou nota sobre os ataques. “A Folha repudia as mentiras e os insultos direcionados à jornalista Patrícia Campos Mello na chamada CPMI das Fake News. O jornal está publicando documentos que mais uma vez comprovam a correção das reportagens sobre o uso ilegal de disparos de redes sociais na campanha de 2018. Causam estupefação, ainda, o Congresso Nacional servir de palco ao baixo nível e as insinuações ultrajantes do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP)", afirma.

Desde a publicação da matéria, a jornalista já sofreu outros episódios de assédios nas redes sociais. Ela faz parte atualmente da diretoria da Abraji e no ano passado foi uma das vencedoras do International PRess Freedom Award do Comitê de Proteção de Jornalistas (CPJ, em inglês).