Prima e Acciona se juntam para investir R$ 1,8 bilhão em Salvador

Sócios pretendem investir em empreendimentos imobiliários e pretendem apresentar plano para recuperação do Centro Histórico de Salvador

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  • Donaldson Gomes

Publicado em 28 de outubro de 2021 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Aramis Resende/Divulgação

A Prima Empreendimentos e o grupo espanhol Acciona anunciaram ontem a criação de uma sociedade para o investimento de até R$ 1,8 bilhão no mercado imobiliário de Salvador entre 2022 e 2030. No ano passado, os dois grupos empresariais já tinham lançado em conjunto o Morro Ipiranga Residence, na Barra, e projetam um outro empreendimento no Horto, entre o final deste ano e o primeiro semestre de 2022. A expectativa é que os dois investimentos tenham um potencial de vendas (VGV) superior aos R$ 350 milhões. 

De acordo com o presidente da Prima, Ruben Escartin, os planos em conjunto devem ser melhor detalhados nos próximos meses. Inicialmente a ideia é que pelo menos cinco novos empreendimentos imobiliários surjam da união, que vai envolver ainda o projeto turístico do Destino Baixio e estudos para um grande plano de desenvolvimento para  a região do Centro Histórico de Salvador. Os planos para a sociedade foram apresentados no Hotel Fasano, que foi totalmente restaurado pela Prima. 

“Nós iniciamos essa parceria há um ano meio e agora estamos evoluindo para esta sociedade”, explicou Escartin. Segundo ele, os dois grupos empresariais ingressaram na sociedade com 50% de participação para cada, decidindo tudo em conjunto, mas com a operacionalização das ações por parte da Prima. Com pouco mais de 15 anos de atuação, a empresa possui R$ 1 bilhão em ativos na Bahia, atuando nas linhas de imóveis e no turismo. 

Os investidores destacaram que Salvador será a grande prioridade da sociedade. “Em um primeiro momento, vamos investir em produtos de alto padrão em Salvador. Depois vamos diversificar os formatos ainda aqui na cidade e vamos expandir para outras cidades baianas. Só depois, numa terceira etapa, vamos para outros estados”, explicou. 

A expectativa dos investidores é de que o volume de negócios se mantenha numa crescente constante pelos próximos anos e que abra espaço para novas linhas de investimentos. “Estamos presentes em mais de 60 países, mas consideramos o Brasil sempre como um destino estratégico. Temos várias divisões de negócios aqui”, destacou Álvaro Tejero, diretor internacional da Divisão Imobiliária da Acciona. Segundo ele, a parceria e o interesse em fazer novos trabalhos juntos se fortaleceu após o sucesso no Morro Ipiranga. “O resultado foi muito bom e nos animou”. 

A sustentabilidade é o grande destaque no novo empreendimento que está sendo planejado pela sociedade, chamado informalmente de “Horto III” até a definição de um nome oficial. “É um imóvel compatível com o Selo Verde da Prefeitura, mas que vai além”, destaca. Segundo ele, este imóvel será o primeiro do Nordeste brasileiro a ser lançado com o selo internacional GBC, apresenta as mais rígidas exigências para oferecer o reconhecimento. O empreendimento, com apenas uma torre, vai abrigar 72 unidades. Entre áreas sociais e de lazer, estão previstos mais de 5 mil metros quadrados à disposição dos moradores.  Uma das áreas que estão no foco dos investidores é o Centro Histórico de Salvador. Para Escatin, o potencial de recuperação da área é muito maior caso se apresente um grande projeto integrado de desenvolvimento. “Nós acreditamos que não é possível depender de projetos individuais”, avalia. Para ele, o ideal seria definir uma área entre 35 mil e 40 mil metros quadrados e desenvolver um grande plano de desenvolvimento para ela. “Ações isoladas podem ajudar a desenvolver, mas para virar o jogo definitivamente precisamos de uma ação integrada”, acredita. As duas empresas, inclusive, pretendem buscar os governo do estado e municipal para propor o projeto. “Nós temos os exemplos do que aconteceu em Barcelona e em Lisboa. Queremos a colaboração de entidades também, para gerar massa crítica”, diz. 

Em Baixio, Escartin destacou que aguarda apenas uma licença ambiental do Inema e a definição sobre a construção de uma via de 20 quilômetros que vai conectar todo o empreendimento para apresentar a primeira etapa de investimentos no local, que vem sendo trabalhado para ser um novo destino turístico na Bahia há pelo menos quinze anos. Ele diz que está em conversas com o poder público para definir como será feito o investimento de R$ 100 milhões na via. O mais provável, indica, é uma parceria público-privada (PPP).