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Da Redação
Publicado em 10 de novembro de 2020 às 09:34
- Atualizado há 2 anos
O procurador-geral dos Estados Unidos, William Barr, autorizou procuradores federais a buscarem "alegações substanciais" de irregularidades na eleição presidencial americana antes que o resultado seja certificado. Barr autorizou os procedimentos apesar de não apresentar nenhuma evidência de fraude generalizada.>
A ação de Barr vem dias depois do democrata Joe Biden derrotar o presidente Donald Trump e levanta a suspeita de que o presidente em exercício usará o Departamento de Justiça para tentar contestar o resultado eleitoral. A iniciativa do procurador-geral dá aos procuradores a capacidade de contornar a política de longa data do departamento, que normalmente proibiria tais ações abertas antes da certificação da eleição.>
Trump não concedeu a eleição e, em vez disso, está alegando, sem evidências, que houve uma conspiração generalizada dos democratas para distorcer a contagem de votos a favor de Biden. O democrata detém uma vantagem considerável em vários Estados e não houve indicação de votos contados indevidamente ou indícios de ilegalidades suficientes que mudariam o resultado.>
Funcionários eleitorais de ambos os partidos políticos declararam publicamente que a eleição correu bem, embora tenha havido questões menores que são típicas nas eleições, incluindo máquinas de votação quebradas e cédulas perdidas.>
Em um memorando aos procuradores dos Estados Unidos, obtido pela Associated Press, Barr escreveu que as investigações "podem ser conduzidas se houver alegações claras e aparentemente críveis de irregularidades que, se verdadeiras, poderiam impactar o resultado de uma eleição federal em um Estado individual.">
O memorando também diz que quaisquer alegações que "claramente não afetariam o resultado de uma eleição federal" deveriam ser adiadas até depois que essas eleições fossem certificadas e os promotores deveriam abrir os chamados inquéritos preliminares, o que permitiria aos investigadores e promotores ver se há evidências que os permitiria tomar mais medidas de investigação. Barr não identifica nenhum caso específico de fraude suposta no memorando.>
"Embora seja imperativo que alegações confiáveis sejam tratadas de maneira oportuna e eficaz, é igualmente imperativo que o pessoal do Departamento exerça a cautela apropriada e mantenha o compromisso absoluto do Departamento com a Justiça, a neutralidade e o não partidarismo", escreveu Barr.>
O advogado de campanha de Joe Biden, Bob Bauer, disse em um comunicado que é "profundamente lamentável que o procurador-geral Barr tenha optado por emitir um memorando que apenas alimentará as 'alegações ilusórias, especulativas, fantasiosas ou rebuscadas' contra as quais ele professa se proteger">
"Esse é exatamente o tipo de reclamação que o presidente e seus advogados fazem sem sucesso todos os dias, já que seus processos são julgados em um tribunal após o outro", disse Bauer. E completou: "mas, no final, a democracia americana é mais forte do que qualquer esquema político partidário desajeitado e cínico ">
Os Estados têm até 8 de dezembro para resolver as disputas eleitorais, incluindo recontagens e disputas judiciais sobre o resultado. Membros do Colégio Eleitoral se reúnem em 14 de dezembro para confirmar o resultado.>
Na segunda-feira (9) à noite, o principal procurador do Departamento de Justiça para crimes eleitorais, Richard Pilger, renunciou ao cargo em resposta ao memorando do procurador-geral>
Aliado de Trump Barr, um aliado leal do presidente Donald Trump, ajudou a divulgar as alegações do presidente sobre fraude eleitoral antes da eleição, atacando a votação por correspondência como propensa a influência indevida e coerção, apesar de vários estudos desmascararem a noção de fraude eleitoral generalizada e na votação.>
Geralmente, a política do Departamento de Justiça é "não conduzir investigações abertas, incluindo entrevistas com eleitores individuais, até que o resultado da eleição supostamente afetado pela fraude seja certificado".>
Mas Barr argumenta no memorando que as preocupações com tais atos poderiam inadvertidamente impactar uma eleição são minimizadas uma vez que a votação foi concluída e que, em alguns casos, as investigações não poderiam ser adiadas até que a eleição seja certificada.>
Barr estava no escritório do líder da maioria no Senado, Mitch McConnell, no Capitólio, na tarde de segunda-feira, e se recusou a responder às perguntas dos repórteres quando saiu. Na manhã de segunda-feira, McConnell deu seu apoio a Trump após um período de silêncio pós-eleitoral. Fonte: Associated Press.>