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Da Redação
Publicado em 28 de abril de 2021 às 00:56
- Atualizado há 2 anos
Os professores da rede privada de ensino de Salvador decidiram manter as aulas remotas e não retomar as atividades presenciais, marcadas para começar na segunda-feira, 3. A decisão foi tomada em uma assembleia da categoria que durou mais de quatro horas, nesta quarta-feira, 28. Segundo o Sindicato dos Professores do Estado da Bahia (Sinpro-BA), 500 docentes participaram da assembleia, sendo que 98% deles votaram pelo não retorno presencial e pela manutenção das atividades remotas fora do ambiente escolar.>
Na tarde desta quarta-feira, 28, foi realizada também uma reunião entre o prefeito de Salvador, Bruno Reis, com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB). O encontro, que aconteceu na sede da prefeitura, terminou sem um consenso entre o Município e a categoria sobre o retorno das atividades presenciais nas escolas da capital.>
De acordo com dados da própria prefeitura cerca de 162 mil alunos estão fora das salas de aula há mais de um ano, por conta da pandemia do coronavírus.>
A gestão municipal argumenta para o retorno presencial a aplicação da primeira dose da vacina contra a covid-19 em mais de 20 mil trabalhadores da educação na rede pública do estado e do município. Restariam apenas 1.300 professores que ainda serão imunizados, todos na faixa etária dos 20 aos 39 anos. >
A APLB, por sua vez, afirma que apenas uma dose da vacina contra o coronavírus não garante a imunidade dos docentes e trabalhadores da educação, mantendo a possibilidade de iniciar uma greve geral da educação a partir da próxima quarta-feira (5). A categoria já decidiu por uma paralisação de 72 horas, entre a segunda, dia 3, e a quarta, 5.“Somos a única capital que está vacinando quase todos os trabalhadores da educação, mais de 80%. Já concluímos a imunização dos idosos, lideramos todos os rankings de vacinação no país. Com esse cenário, com mais de 27% da população da cidade imunizada, temos segurança para retornar”, afirmou o prefeito Bruno Reis, em nota."Precisamos retomar as aulas presenciais. Temos compromisso com nossos alunos, em sua maioria crianças. Se concordarmos com a posição do sindicato, de só voltar às aulas presenciais após a imunização de TODOS os professores, só vamos voltar para a sala de aula no final do ano, e olhe lá! Corremos o risco de comprometer quatro anos letivos. É um prejuízo irreparável para a educação", complementou Marcelo Oliveira, secretário municipal da Educação.>
Rui Oliveira, presidente da APLB, por sua vez, afirma que foram três horas de reunião "que não chegaram a lugar nenhum, foi uma confusão. Nós mantemos nossa posição de só retornar após os trabalhadores receberem as duas doses, completando o ciclo de vacinação. É um golpe, não adianta ter 80% dos trabalhadores vacinados apenas com a primeira dose, não garante a imunização", afirmou o presidente.>
A APLB também afirmou que terá uma reunião online com mais de 10 mil professores de todo o estado, que estariam apoiando a suspensão do retorno das atividades presenciais, assim como garantiram a paralisação das atividades por completo às 10h de segunda-feira (3), como parte de manifestação pela suspensão do decreto que garante o retorno das aulas presenciais. >