Profissionais debatem futuro da comunicação no Centro de Cultura da Câmara

Evento recebeu representantes de rádio, jornal, internet e TV

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  • Eduardo Dias

Publicado em 7 de junho de 2019 às 18:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Marina Silva/CORREIO

Comunicação na Atualidade. Esse foi o tema da palestra realizada pela Secretaria de Comunicação da Câmara Municipal de Salvador (CMS) nesta sexta-feira (7), no Centro de Cultura da Casa Legislativa. Para debater os desafios da comunicação contemporânea nos diferentes meios, foram convidados profissionais renomados de diferentes veículos de rádio, jornal, internet, TV e comunicação legislativa.

O secretário de comunicação da Câmara, vereador Luiz Carlos de Souza (PRB), a editora-chefe do CORREIO, Linda Bezerra, o radialista e apresentador da rádio A Tarde FM, Jefferson Beltrão, o gerente de jornalismo da TV Itapoan, Eduardo Caruso, e o pesquisador de cibercultura e coordenador dos cursos de comunicação da Universidade Católica do Salvador (Ucsal), Marcello Chamusca, debateram para uma plateia de profissionais e estudantes sobre os desafios da comunicação contemporânea em suas respectivas áreas de atuação.

Em sua fala, o secretário municipal destacou a importância de estreitar o diálogo da Casa Legislativa com a população através das novas tecnologias. Para ele, a convergência dos diferentes meios de comunicação ajuda na proximidade com o processo legislativo, onde suas ações e transparência de informações interferem diretamente na vida das pessoas.

“Através desses meios de comunicação, você tem a oportunidade de ouvir uma sugestão, uma crítica, um apontamento de direção para tomada de decisões, além do reconhecimento, é claro. Hoje, temos diferentes mídias sociais que nos ajudam a aproximar a população soteropolitana da realidade legislativa e vice-versa. E essas mudanças estão muito claras para a sociedade”, disse o vereador.

À frente do jornal CORREIO, Linda Bezerra explicou quais os principais desafios do jornalismo impresso na era digital. Segundo ela, é necessário investir no jornalismo profissional, independentemente da plataforma. Além disso, pontuou que tanto o site do veículo quanto o jornal em papel andam juntos e trabalham em parceria.

“É importante investir no jornalismo profissional. Todo mundo quer ser bem informado, mas é necessário saber quem assina o conteúdo. É uma empresa de credibilidade ou é uma notícia que chega no celular, sem autoria? Eu não compartilho informação que eu não conheça a autoria. Uma maneira efetiva de enfrentar essa desinformação é fazendo um jornalismo sério, com apuração e pluralidade", disse.

O radialista Jefferson Beltrão debateu sobre radiojornalismo com a plateia. Ele contou como os antigos e novos profissionais devem reagir às mudanças tecnológicas e se mostrou esperançoso quanto ao futuro do meio de comunicação. 

“Nesse momento de mudanças, talvez hoje ninguém saiba com precisão para onde estamos indo. Sou de uma era em que o mercado da comunicação de massa era movido pelos hits. Vivíamos em um mundo de escassez. Hoje é preciso destacar três pilares básicos para os novos profissionais: precisão na apuração, na divulgação e agilidade na propagação da notícia. O rádio é um veículo que não perde o glamour, mas é preciso afirmar que a comunicação de massa vai mudar de cara, isso não podemos negar”, contou.   

Responsável por falar sobre o impacto das novas tecnologias para o futuro da comunicação, o gerente de jornalismo da TV Itapoan, Eduardo Caruso, defendeu que o canal aberto está cada vez mais forte, mesmo com o surgimento de plataformas por assinatura. “A televisão é o principal meio de comunicação de massa do Brasil, onde 97% dos indivíduos possuem um ou mais aparelhos, mas não quer dizer que eles estejam assistindo e gerando audiência. O aumento do consumo de horas de TV aberta se dá muito pelo aumento também das novas tecnologias, das redes sociais, principalmente. E o lado bom desse advento é que podemos usar da melhor maneira possível”, revelou.

Já o pesquisador de cibercultura da Ucsal, Marcello Chamusca, abordou na palestra os conceitos de comunicação e falou sobre fake news.  “A comunicação pressupõe interação entre as pessoas. Se a gente precisa interagir para fazer comunicação, necessariamente estamos disputando sentido com os outros, e esse sentido pode ser completamente diferente toda vez”, contou. Linda Bezerra, editora-chefe do CORREIO (Foto: Marina Silva/CORREIO) Estudantes Presente no evento, a estudante de jornalismo, Hillary Fonseca, 21 anos, comemorou a oportunidade de absorver conhecimento de profissionais renomados na área. “É uma oportunidade de estar em contato com profissionais do mercado que lidam diariamente com os dilemas de fazer jornalismo em um momento que as redes sociais estão tão presentes. Aqui tivemos uma visão muito otimista em relação ao jornal impresso, que me deixa esperançosa”, afirmou.

Já a jornalista Fagna Santos, 40, contou que , além de ir ao evento para ver e ouvir de perto a única mulher palestrante, Linda Bezerra, compareceu também pelo fato de ser um evento gratuito. Segundo ela, eventos desse porte geralmente são pagos e caros. 

“A presença de Linda, que é uma profissional que gosto muito, mesmo não a conhecendo pessoalmente, me passa uma credibilidade muito grande do veículo que ela representa", revelou.   

* Com supervisão do chefe de reportagem Jorge Gauthier