Programa vai dar consultorias e promover rodadas de negócios

O programa tem a participação de empresas âncoras que selecionam grupos de 25 fornecedoras que receberão a qualificação

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  • Gabriel Rodrigues

Publicado em 26 de abril de 2017 às 14:57

- Atualizado há um ano

Em momentos de crise a qualificação e o melhor gerenciamento dos setores pode ser a saída ideal para suportar a pressão, se manter no mercado e atender a demanda dos grandes empreendimentos. Nos últimos anos, grupos empresariais têm apostado em melhorar a capacidade dos fornecedores e fortalecer o mercado industrial baiano. Com a ajuda do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), entra em ação o Programa de Qualificação de Fornecedores (PQF).  “A gente trabalha para fortalecer o encadeamento produtivo”, explica a gerente de Desenvolvimento Empresarial do IEL, Fabiana Carvalho. O programa conta com a participação de empresas âncoras que selecionam grupos de 25 fornecedoras que receberão a qualificação. No período de dois anos esses grupos participam de consultorias e rodadas de negócios com o objetivo de implantar 92 critérios que são estabelecidos pelas âncoras. Após um ano, uma avaliação é feita e as empresas recebem certificações nos níveis Rubi, Topázio e Diamante. Empresas investem para melhorar os fornecedores(Foto: Angelo Pontes/Sistema FIEB)“Em algumas empresas já estamos percebendo a possibilidade de fechamento de negócios, o que dinamiza a economia, fortalece a cadeia produtiva, estimula a nossa produção local, isso é muito importante”, afirma Fabiana. As fornecedoras são avaliadas em áreas como: gestão estratégica, financeira e comercial, gestão da qualidade, saúde e segurança no trabalho, gestão do meio ambiente e responsabilidade social. Até o momento, 23 empresas estão como âncoras e 463 empresas fornecedoras já passaram pelo programa, sendo que 94 já foram certificadas. Uma das empresas nesse processo de qualificar os fornecedores é o Grupo Boticário. Com uma fábrica e um Centro de Distribuição instalados na Bahia desde 2014, a instituição do ramo de cosméticos afirma que um dos seus objetivos é fomentar o desenvolvimento local, gerando emprego e renda.  “Podemos desenvolver esses fornecedores para que, ano após ano, estejam capacitados para trabalhar junto ao Grupo Boticário”, explica o diretor de Suprimentos Fábio Miguel.CrescimentoGrupo do segmento de tintas na região Nordeste, Festcor iniciou o processo de qualificação há dois anos e atualmente possui a certificação Rubi. De acordo com a diretora executiva Arlene Vilpert, a carta de clientes e os lucros subiram 15% no período. “A gente ganhou muito na abertura de novos clientes, muito em função da qualificação do meu pessoal interno no atendimento ao mercado”, explica. A diretora conta ainda que a mudança na estrutura e gerenciamento da empresa foi o que permitiu ao grupo suportar o período de crise financeira do país.Já Eder Baltazar, sócio da Metalúrgica Baltazar, que tem sede na cidade de Pojuca, avalia que a empresa ganhou maturidade para atender novas demandas e está pronta para quando a economia voltar a crescer. “Alguns processos que nós não tínhamos, nós implementamos, como a questão do pensamento estratégico. Ele me abriu os olhos para isso, inclusive nos ajudou muito com esse planejamento até para atravessar esse momento de crise. A questão do olhar para frente, atribuição de tarefas para cada um, foi bem proveitoso”, afirma Eder, que continua: “A gente acaba aumentando o nosso leque de contatos, com empresas do porte parecido, outras âncoras, e até mesmo com a própria Fieb. Tem coisas que eles fazem que são muito legais, diz.

Saiba como é possível participarAlém dos fornecedores que são puxados pelas âncoras, empresas independentes também podem participar do Processo de Qualificação oferecido pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL). De acordo com a gerente de Desenvolvimento Empresarial do Instituto, Fabiana Carvalho, existem dois modelos de qualificação disponíveis atualmente. 

No fechado, participam apenas os fornecedores selecionados pelos âncoras e que precisam seguir os requisitos pré-estabelecidos por elas. Já a modalidade aberta, as empresas interessadas precisam apenas entrar em contato com o IEL para que uma equipe faça uma apresentação detalhada do sistema. Neste caso a contrapartida é de R$ 630 mensais durante os dois anos nos quais o processo se estende.

“Nas duas modalidades as empresas passam pelo mesmo tipo de qualificação, com consultoria, encontros de negócios, avaliação intermediária, mais um ano de capacitação, e depois mais um ano de avaliação", explica Fabiana.  “É uma ação que o IEL tem realizado com uma certa frequência e tem ajudado as empresas na realização de negócios, tem mobilizado, tem sido relevante. O que a gente acaba sempre dizendo é que o processo fortalece a parceria entre as âncoras e as empresas fornecedoras”, afirma. 

Para o superintendente do IEL ,Evandro Mazo, um dos objetivos é fazer com que os fornecedores baianos estejam aptos a receber a demanda de grandes empreendimentos. “Um dos grandes desafios do IEL é ajudar os fornecedores locais a atender aos requisitos definidos por grandes empresas instaladas no estado. Com isso, cumprimos com a nossa missão, que é contribuir para a competitividade das empresas baianas”, destaca. Nas duas modalidades a certificação recebida tem validade de dois anos, com avaliações a cada ano, o que torna o processo contínuo. 

“Toda vez que uma empresa entra no PQF a gente faz uma avaliação em mais de 90 itens que a gente chama de requisitos, e, a partir disso, vamos avaliando a maturidade e evolução da empresa à luz desses requisitos”, explica Fabiana, que continua: 

“Um ano depois a gente faz uma avaliação. Se a empresa cumpre 100% ela é classificada como Diamante, 80% Topázio e 50% Rubi. No ano seguinte ela é reavaliada e pode mudar de categoria", diz.

Mais informação sobre a qualificaçãoModalidade aberta: Empresas interessadas podem participar do Programa de Qualificação de Fornecedores do IEL podem buscar informações através do email e site do instituto.   email:   [email protected]  www.fieb.org.br/iel