Projeto Corais no Rio Vermelho leva clima natalino ao Largo de Santana

Ação tem ainda mais quatro corais na próximas quintas-feiras, sempre às 19h

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  • Naiana Ribeiro

Publicado em 9 de novembro de 2017 às 22:03

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Arisson Marinho/CORREIO

O clima natalino invadiu o Largo de Santana na noite desta quinta-feira (9). É que o projeto Corais no Rio Vermelho teve sua estreia, às 20h, com a apresentação do Coral Ars Cantandi. Sob a regência do maestro Carlos Veiga Filho, o grupo cantou desde Raul Seixas a Ivete Sangalo. Mas foram as músicas de Natal que trouxeram uma sensação de paz para o público diverso que compareceu ao Largo. Na última semana, o local foi cenário de duas mortes - o jogador de basquete Edinei Moreira Bahia, 30 anos, foi vítima de um tiroteio,e Josuel de Jesus Carvalho, 24 anos, morreu após ser baleado e se jogar do Hotel Milenium.

“Essas apresentações trazem um clima tranquilo para famílias, moradores e turistas”, afirmou o comerciante Silvio Pessoa, presidente da Federação Baiana de Hospedagem e Alimentação (FeBHa). Morador do bairro há anos, ele marcou presença no evento e se diz apaixonado pelo lugar: “O Rio Vermelho é mágico e representa a diversidade da Bahia. A cidade estava precisando de ações desse tipo”.

Em sua segunda edição, o projeto tem como objetivo trazer um momento de lazer diferenciado para o bairro. “Já entrou para o calendário da cidade. Serão sempre músicas natalinas e populares”, afirmou o presidente da Associação de Moradores do Rio Vermelho (Amarv), Lauro Matta. (Foto: Arisson Marinho/CORREIO) Cerca de 200 pessoas assistiram ao show gratuito que quebrou a rotina de um bairro que não costuma receber apresentações deste tipo. “É um local que representa a diversidade, mas que recebe mais coisas de rock e uma programação underground. Para nós é uma experiência bacana, porque é um lugar aberto, onde que as pessoas conversam, comem e bebem ao mesmo tempo, e ainda podem nos prestigiar”, revelou o maestro e diretor musical Veiga Filho.

Segundo ele, o canto coral não tem espaço na capital baiana e carece de espaços. “Acho que é uma questão cultural e do não acesso à música desde a escola. Em outros países, como Estados Unidos, existe uma valorização grande dos corais das igrejas e da educação musical nas escolas”, defendeu o líder do grupo que é formado por profissionais liberais, aposentados e membros do Departamento de Polícia Técnica (DPT).

Na sua segunda edição, o projeto é uma iniciativa da Polícia Militar, através da 12ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM), e da 7ª Delegacia de Polícia Civil junto com a Amarv, e contará com apresentações de mais quatro corais na próximas quintas-feiras, sempre às 19h. São esses: Coral Vitória-Régia (infantil), que se apresenta no dia 16; Coral Cantare (23); Coral Novos Cantos (30) e Coral Jovem da Pituba (7/12). (Foto: Arisson Marinho/CORREIO) Público Boa parte do público que prestigiou a apresentação se surpreendeu com o show. "Moro aqui, mas não sabia que ia acontecer. Gostei muito pela questão da inclusão e as pessoas que estavam cantando pareciam muito felizes", afirmou o roteirista Marcos Vinicius Teixeira, 39 anos. Ele foi para o Largo com a amiga, a atriz Barbara Borgga, 39. "Achei interessante e muito linda a forma que isso foi colocado nesse ambiente. Aproxima os corais do público", disse ela.  (Foto: Arisson Marinho/CORREIO) Já o administrador Wanderson Silveira Costa, 39, estava lá para prestigiar um amigo. "Ele me mandou o convite por WhatsApp e resolvi vir. Já tinha visto apresentações de corais, mas nunca gratuitas e em lugares abertos", elogiou. O mecânico  Luiz Carlos Senocien, 45, e a secretária Joseline Batista, 30, por sua vez, vieram de São José dos Campos passar alguns dias na capital baiana, foram comer um acarajé na Dinha e se impressionaram com a ação. "É muito legal ver o povo nativo fazendo algo para a comunidade", avaliou Senocien.