Projeto de promoção de arte e direitos humanos ocupa Igreja de Santana

Ação ocorre toda sexta-feira das 17h às 19h

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  • Da Redação

Publicado em 7 de fevereiro de 2020 às 13:07

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Betto Jr/CORREIO

O lugar que por anos foi apenas uma bela construção admirada por turistas, em meio a tantas no RIo Vermelho, recobrou a vida. Há algumas semanas, a Igreja de Santana passou a ser palco de um novo projeto. A ação, que reúne profissionais de várias áreas interessados na promoção dos Direitos Humanos, acontece todas as sextas-feiras, das 17h às 19h.

Professor aposentado da Universidade Federal da Bahia, o psiquiatra Antônio Nery Filho recebeu um convite do Padre Angelo, pároco da Paróquia de Sant'Ana, que o chamou para ocupar a igrejinha. Para aceitar o desafio pediu carta branca para fazer do espaço um verdadeiro centro para "ajudar as pessoas a proteger suas vidas". E assim nasceu o Trabalhando na Praça, Escutando na Rua

“Considero a pequena Igreja de Santana um lugar privilegiado, por sua localização, e sempre lamentei estar fechada há tanto tempo. Com o convite feito pela Paróquia para ‘fazer alguma coisa’, convidei colegas e amigos e, juntos, decidimos promover informações sobre as substâncias psicoativas e seus usos, tendo sempre a presença de psicanalistas e psicólogos para fazerem a escuta das pessoas na rua”, explica Neri. Na última semana, o CORREIO acompanhou uma edição da ação que atriaiu baianos e turistas. Nesta sexta, o projeto ocupa novamente o lugar. 

Durante as duas horas semanais de execução do projeto, os frequentadores e transeuntes que estiverem passando pelo Largo da Dinha, onde a igrejinha está encravada, poderão ainda desfrutar de saraus de poesia, pequenos concertos, discussões sobre teatro, troca de livros. Ainda de acordo com Antonio Nery Filho, a intenção é oferecer, futuramente, exibição de filmes.

O fato da Igreja ter passado muito tempo fechada e estar em um dos pontos turísticos mais conhecidos de Salvador estimula a curiosidade de quem transita no Rio Vermelho. Volta e meia, aparece alguém por lá e Nery faz questão de pinçar essas pessoas. 

O espaço é aberto para qualquer pessoa que tiver uma proposta de atividade. Poesia, música, artesanato, saúde, debates... Há espaço para tudo, basta querer. Não é preciso sequer manter uma periodicidade obrigatória. Se tiver alguma coisa para exibir e quiser fazê-lo uma única vez, é possível. O importante é ter movimento. “Até por sua localização, a igrejinha tem perfil para abrigar atividades de arte e cultura. Trabalhamos com a perspectiva de nos próximos dois anos garantir um uso regular e social do espaço”, explica o psiquiatra.