Protesto de caminhoneiros vira oportunidade de negócio na Bahia

Vendedor de quentinha chega a ganhar R$ 390 por dia

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  • Milena Hildete

Publicado em 24 de maio de 2018 às 15:15

- Atualizado há um ano

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Belmiro com um dos clientes: mudou o itinerário para achar novos clientes (Foto: Milena Teixeira/CORREIO) Do limão, uma limonada. A velha máxima tem sido levada à risca pelo cozinheiro Belmiro Carmo, que faz o mesmo caminho para vender quentinhas. Ele sai da área central de Camaçari, Região Metropolitana de Salvador, e vai até o Polo Petroquímico, para faturar. No entanto, desde a última segunda (21), o itinerário é um pouco diferente. Belmiro trocou o Polo pela Via Parafuso, onde caminhoneiros fazem bloqueios com veículos para protestar contra o aumento do diesel.

Na Parafuso, Belmiro põe as quentinhas dentro de um isopor, na mala do carro. Sua esposa, que preferiu não falar com o CORREIO, o acompanha no serviço."Eu passo pela Via todo dia mas, na segunda, eu percebi que o pessoal ficava no protesto sem almoçar, então, resolvi descer do carro e ficar por aqui mesmo. Graças a Deus, estou conseguindo vender todas as quentinhas desde segunda", disse ele. Por dia, o cozinheiro leva 30 quentinhas para vender. Cada uma custa R$ 13 e vem acompanhada com suco. Ao todo, o cozinheiro consegue levar R$ 390 pra casa. 

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O cardápio de seu Belmiro é variado. Nesta quinta-feira, ele tinha bife à rolê, acebolado e carne com batata. "É uma maneira de ganhar o meu e ajudar os meninos do protesto, porque eles ficavam aqui sem comer. Pra ganhar dinheiro hoje em dia tem que ser criativo", comentou. Antes das 11h, ele já tinha vendido mais da metade das quentinhas.

Em diversos pontos dos protestos na Bahia, ambulantes também têm aparecido para vender seus produtos aos manifestantes.