Público lota Praça Dorival Caymmi para ver Orquestra Afrosinfônica e Malê Debalê

Apresentação marcou início de uma turnê da orquestra pelo país

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  • Gabriel Moura

Publicado em 22 de novembro de 2019 às 22:22

- Atualizado há um ano

. Crédito: Betto Jr.

Itapuã, cujo mar foi imortalizado por Caymmi, teve a noite desta sexta-feira (22) embalada pela Orquestra Afrosinfônica. Centenas de pessoas lotaram a Praça Dorival Caymmi, em Itapuã, para acompanhar o grupo que montou um repertório especial para a apresentação.

Motivos não faltaram para a Afrosinfônica escolher um repertório diferenciado para a ocasião. A começar pela a participação especial do bloco afro Malê Debalê. Além disso, a apresentação marcou o início de uma turnê que irá passar por cidades como Recife e Belo Horizonte, antes de voltar para Salvador no dia 16 de maio do ano que vem, em apresentação conjunta ao bloco afro Ilê Aiyê.

“Esse show também é muito especial por acontecer dois dias após a Consciência Negra.  A nossa orquestra é essencialmente ativista, não só pelos negros, mas também abraçando essas pessoas que buscam e precisam desta mensagem de amor e carinho, como os árabes. Nós somos contra qualquer tipo de racismo, não só o que o branco pratica com o negro, mas contra qualquer etnia”, afirmou o maestro Ubiratan Marques.

A localização do concerto também fez o maestro adicionar elementos inéditos à sua apresentação, como a inclusão da música É Doce Morrer no Mar, de autoria do morador mais ilustre de Itapuã, Dorival Caymmi. Jorge Amado também foi homenageado com citações ao bairro pinçadas de algumas de suas obras.

Com repertório especial ou não, fato é que o professor aposentado e músico Juraci Tavares, 69, disse que sempre que tem oportunidade vai assistir a orquestra. O que o atrai na Afrosinfônica é, como ele mesmo define, um “DNA ancestral que foi trazido nos navios negreiros”. “A orquestra para mim é uma fonte primária de aprendizagem. Uma singularidade que abraça o som de DNA africano. É um projeto singular porque ela ressignifica a âncora histórica trazida pelos escravos nos navios negreiros”, definiu. 

O show fez parte do projeto Petrobras Música em Movimento, que tem patrocínio do Governo Federal e apoio da Prefeitura de Salvador.

*Com orientação da editora Ana Pereira