Quadrilha de travestis filmava encontros e depois extorquia clientes

Grupo ameaçava divulgar imagens nas redes sociais e foi presa no DF na 'Operação Cilada'

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  • Da Redação

Publicado em 25 de junho de 2019 às 15:28

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Almiro Lopes/Arquivo CORREIO

Uma quadrilha de travestis tinha como especialidade o crime de extorção. Elas costumavam marcar encontros com clientes no aplicativo Grindr, voltado ao público homossexual, filmavam os encontros e depois os extorquiam, ameaçando divulgar as imagens nas redes sociais.

De acordo com o site Metropoles, a Polícia Civil do Distrito Federal investigou o grupo durante cinco meses. Oito suspeitos tiveram mandados de prisão expedidos pela Justiça no âmbito da "Operação Cilada". 

Três travestis e dois homens foram presos nos últimos três dias no Distrito Federal, em Goiás e em São Paulo. Outros três integrantes do bando ainda são procurados pelos investigadores.

De acordo com as apurações, as travestis marcavam os encontros com as vítimas sempre em quartos de motéis. Os clientes eram surpreendidos quando ainda estavam na cama com os travestis.

Os homens eram obrigados a entregar o dinheiro que tinham nas carteiras, senhas de cartões de crédito e débito e ainda fazer empréstimos consignados. A vítima ficava em poder da quadrilha enquanto comparsas sacavam os valores. Segundo a Polícia, durante o tempo em que permaneciam no quarto, os clientes costumavam ser espancados pelos criminosos.

Segundo o delegado-chefe da 5ª DP, Gleyson Gomes Mascarenhas, as travestis escolhiam as vítimas que aparentavam ter alto poder aquisitivo. “A quadrilha conseguia lucrar muito dinheiro com os crimes, sempre algo em torno de R$ 10 mil a R$ 15 mil. Um dos criminosos teria conseguido juntar cerca de R$ 400 mil”, afirmou.

Entre os três foragidos, está o líder do grupo, que movimentaria a maior parte do dinheiro extorquido das vítimas. A polícia suspeita que esses valores eram investidos na compra de veículos que eram revendidos logo depois. Seria uma forma de lavar o montante adquirido com os crimes. Na manhã desta terça-feira (25), a polícia divulgará as imagens e os nomes dos integrantes do bando.

As investigações tiveram início após três homens procurarem a Polícia Civil. Depois da primeira extorsão, as vítimas voltaram a ser alvo dos criminosos nas semanas seguintes. As ameaças eram as mesmas: se não pagassem, teriam os vídeos íntimos divulgados nas redes sociais.

Ostentação no Chile em Paris Com os golpes, o líder da organização teria faturado ao menos R$ 400 mil. De acordo com os investigadores, ele passou uma temporada no Chile com a quantia arrecadada. Outro suspeito viajou para Paris.