'Quadrilhão do MDB': juiz cancela depoimentos de aliados de Temer

Testemunhas de acusação seriam ouvidas nesta terça-feira e no próximo dia 18

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  • Yasmin Garrido

Publicado em 4 de dezembro de 2018 às 13:49

- Atualizado há um ano

. Crédito: Evaristo Sá/AFP

Após remarcar as audiências das testemunhas de acusação dos aliados do presidente Michel Temer, na ação que investiga o pagamento de propinas em favor do MDB, o juiz Marcus Vinícius Reis Bastos, da 12ª Vara Federal de Brasília, cancelou todos os depoimentos, que teriam início nesta terça-feira (4).

Segundo despacho, a decisão foi tomada a partir de um pedido feito pelo Ministério Público Federal. Além das oitivas desta terça, foram cancelados também os depoimentos marcados para o dia 18 de dezembro.

Nesta terça, seriam ouvidos o ex-diretor da Odebrecht, Cláudio Melo Filho, o ex-senador Delcídio do Amaral, os ex-executivos da Odebrecht Hilberto Mascarenhas e José Carvalho Filho, além de outros baianos, como o empresário Emílio Odebrecht e a publicitária Mônica Moura, mulher do publicitário João Santana.

Já para 18 de dezembro estavam marcados os depoimentos do doleiro Alberto Youssef, do ex-ministro Antônio Palocci, do ex-senador Sérgio Machado, do doleiro Carlos Alexandre de Souza Rocha, do ex-executivo da Odebrecht Ariel Parente Costa e do ex-diretor da empreiteira João Antônio Pacífico Ferreira.

Entre os réus, estão nomes como o baiano e ex-ministro Geddel Vieira Lima, o ex-deputado Eduardo Cunha, o doleiro Lúcio Funaro, o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures, o advogado José Yunes, o coronel aposentado da PM de São Paulo João Baptista Lima Filho e outros acusados de formarem uma organização criminosa denominada “quadrilhão do MDB”.

No mesmo despacho, Marcus Vinícius deferiu pedido da defesa de José Yunes e determinou que o MPF apresente no processo documentos que comprovem as denúncias feitas. Além disso, foram acatados também os pedidos das defesas de João Baptista Filho e Eduardo Cunha quanto à reapreciação das acusações.

De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), um grupo ligado ao partido na Câmara dos Deputados atuou em várias supostas irregularidades na administração pública, bem como na Caixa Econômica Federal.

Perdeu o passeio Quem não deve ter ficado feliz com a decisão foi o ex-ministro Geddel Vieira Lima, que havia conseguido autorização para deixar a Penitenciária da Papuda, em Brasília, onde está preso desde setembro do ano passado, e acompanhar as audiências, que aconteceriam a partir das 14h.

O juiz Marcus Vinícius não determinou novas datas para as oitivas das testemunhas.

*Com supervisão do chefe de reportagem Jorge Gauthier