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Quando a fantasia também é uma forma de negócio

Cerca de mil pessoas, entre gamers e cosplayers, participaram da Beyond Expo no Centro de Convenções durante o final de semana

  • D
  • Da Redação

Publicado em 18 de abril de 2022 às 06:00

. Crédito: Arisson Marinho

Imagine você gastar entre R$ 500 e R$ 2 mil reais para ficar com o visual do seu personagem preferido. Para quem não faz parte do universo geek, pode parecer loucura o investimento de tempo e dinheiro que muitos  fazem. Mas a realidade é que o mercado de cosplayers vem expandindo há anos, angariando patrocínios e fazendo muito dinheiro circular. 

Em Salvador, as pessoas que se fantasiam por hobby ou trabalho tiveram a oportunidade de desfilar no primeiro evento destinado a esse público após as restrições da pandemia. A Beyond Expo reuniu cerca de mil pessoas, no Centro de Convenções neste fim de semana. 

A administradora Beatriz Maria, 23, participou do desfile no segundo dia do evento com o cosplay da personagem Zelda, protagonista da série The Legend Of Zelda. A fantasia foi toda patrocinada por uma marca envolvida no festival. Há oito anos fazendo cosplay, a jovem conta que entrou no universo por conta da paixão pelos games. Hoje, a baiana possui mais de 30 fantasias e metade do armário de casa é destinado só para elas.

Beatriz analisa que, em quase uma década, o universo dos cosplays cresceu e se tornou mais abrangente, atraindo pessoas de diversas idades e patrocínio. Apesar disso, ela diz que ainda há muita discriminação: “Têm dois tipos de preconceito. Aquele que vem das pessoas que realmente não conhecem o que é que fazemos e outro mais pejorativo. Por exemplo, alguém chega e pergunta se eu não estou muito velha para fazer isso”. O evento também foi espaço para desfile de cosplayers (Arisson Marinho) O enfermeiro Jonatas Santana, 23, começou fazendo cosplay do Homem-Aranha para alegrar crianças no hospital em que trabalha. “Fui me apaixonando e já se foram uns quatro anos”, conta. O que ele mais gosta é a possibilidade de manter a imaginação viva. “O adulto sabe que isso é uma fantasia, mas para uma criança é muito significativo”, afirma.

Há também quem veja no mundo geek uma forma de se profissionalizar. É o caso de Luisa Cabanas, 18, que está cursando o primeiro semestre de design e produz conteúdos sobre cosplay. “Escolhi o curso para poder dominar um pouco mais os softwares e saber mexer mais na edição de fotos, que é algo que eu já faço muito nas redes sociais”, explica. 

O organizador do evento e criador da startup Beyond Digital Sports (BDS), Lucas LKZ Walter, explica que o universo digital, além de estar em crescimento, proporciona diferentes oportunidades:  “A nossa ideia é justamente mostrar as facetas que o mercado de games possui, não somente na parte de entretenimento, mas também com educação, cultura e conhecimento de profissões”.

Sobre o tamanho do mercado, Lucas Walter explica que o de games é o maior: “Os games faturam três vezes mais do que as indústrias da música e do cinema somadas. O mercado internacional tem uma previsão de chegar a cerca de 200 milhões de dólares ainda este ano”. 

O Brasil é o terceiro maior consumidor de games do mundo e o décimo terceiro em faturamento. Além dos desfiles de cosplays, a Beyond Expo contou com campeonato de League of Legends (LOL), palco de Just Dance, experiências de games, jogos de tabuleiros e rodas de conversa. Cerca de 10 mil pessoas acompanharam as mais de 20 horas de evento via streaming. Para quem não pode participar, Lucas Walter afirma que outro grande evento deve acontecer na capital em setembro. 

Estudantes da rede municipal de ensino, pais e professores, tiveram a oportunidade de participar do evento, que foi co-realizado pela Prefeitura de Salvador. Para o diretor de inovação da gestão municipal, Luis Gaban, a iniciativa é importante para que os mais velhos também possam se dar conta das oportunidades que o mundo online proporciona.“Só no mundo gamer existem mais de 50 profissões e é importante abrir a cabeça para essas oportunidades, com orientação dos professores. Mas não adianta o aluno ter o conhecimento e o apoio do professor. Os pais precisavam vir aqui para entender as oportunidades de emprego”, afirmou. 

Ao total, 500 pessoas foram convidadas para a experiência. Segundo ele, a ideia da prefeitura é que laboratórios de tecnologia e inovação com conteúdo de games sejam levados às escolas municipais. “As possibilidades vão desde serem produtores de conteúdos, influenciadores digitais, streamers, filmadores, locutor de jogos. entre muitos outros. Os jovens são o futuro da nossa cidade e do nosso estado, por isso temos que dar uma atenção especial”, disse.

*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro.