Quarto infantil: Aprenda a dar mais autonomia ao seu filho

Estilo Montessoriano favorece o desenvolvimento da criança desde os primeiros anos

Publicado em 22 de outubro de 2018 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação

Descobrir a criança. Esse é um dos maiores desafios dos pais e que, para a pedagoga italiana Maria Montessori, faz toda a diferença no desenvolvimento do pequeno.  O método de ensino infantil criado por ela, que renovou o estilo de aprendizado, tem como foco a autonomia da criança. Terceira mulher a se formar em medicina em seu país, Maria foi também pioneira em defender que a educação é uma conquista da própria criança.

“Em tempos de dependência emocional, inseguranças, baixa autoestima e autoconfiança, falar sobre autonomia é extremamente necessário. A autonomia das crianças não tem sido estimulada. Os adultos fazem pela criança aquilo que a criança poderia fazer sozinha. É mais rápido, prático e demanda menos estresse. Isso requer tempo, investimento e tolerância - artigos raros ultimamente”, pondera a psicóloga Isaura Moura.

Um dos aspectos mais difundidos e populares do aprendizado Montessori é o quarto da criança. O mobiliário do ambiente deve ter um tamanho que se adapte às demandas do pequeno. Cama, espelho, quadros, brinquedos. Tudo deve ser organizado sob a ótica do filho e não com foco nos pais. A criança é vista como protagonista e o adulto como mero coadjuvante.

“Hoje em dia, as mães estão entendendo que não é só uma modinha. Elas estão estudando e vendo como é legal para o desenvolvimento do bebê. 95% dos projetos que eu faço são em estilo montessoreano”, ressalta Milena Miranda, arquiteta que costuma assinar muitos quartos de filhos de celebridades.

Alguns aspectos devem ser cuidadosamente pensados neste estilo de decoração, de acordo com a aquiteta. O pilar da organização é estar tudo ao alcance das mãos para que o pequenino tenha acesso a tudo. A cama, sempre baixa, dá autonomia para o bebê levantar sozinho e não depender dos pais para seguir suas atividades. As prateleiras ficam, em média, numa altura de 50 centímetros, para facilitar que a criança pegue os os livros que mais usa.

O espelho deve vir com uma barra na frente para que a criança, desde os primeiros passos, consiga se apoiar e, aos poucos, reconhecer seu próprio corpo. Já os brinquedos, sempre em quantidade controlada, podem ser guardados dentro de um baú de marcenaria de rodinhas para que a criança aprenda a organizar sozinha suas coisas. As cores também precisam ser melhor pensadas. O ideal é sempre ter um quarto mais clean.

Desenvolvimento - Essa foi a escolha de Marina Barral para o quarto dos dois filhos: uma menina de quatro anos e um menino de dois anos. “Uma coisa que vejo muito na minha filha é que ela tem muita autonomia. Quando vejo ela com outras crianças, observo muito a comunicação dela. Envolve a autoestima da criança. Se sente empoderada de falar, de se colocar e de ter opinião. Vejo isso muito forte. Uma vez na escola, os professores foram fazer uma brincadeira de tinta e pediram para as crianças tirarem a roupa. Ela foi a única que conseguiu fazer sozinha”, conta, orgulhosa, Marina.

O resultado positivo fez com que a professora de yoga para crianças extendesse a metodologia para o segundo filho. Hoje, os dois dividem o mesmo quarto, com as camas muito próximas ao chão. “Eu aconselho por vários motivos. Além da questão da autonomia deles, acho que estimula também a concentração. Até para os próprios pais é boa opção, porque o ambiente mais clean é também mais fácil de organizar”, explica Marina, que criou o blog Montissori Aqui em Casa para contar a própria experiência e dar dicas para os pais que também querem adotar a metodologia Montessori.

Segurança - Por ter tudo próximo às mãos da criança, é preciso reforçar a segurança do ambiente. As tomadas, por exemplo, precisam ter tampões. Na cama, os pais devem investir em rolinhos para evitar que a criança fique presa nos cantos ou que caia com facilidade enquanto ainda não tem completo domínio do corpo. Para o espelho, Milena Miranda dá o alerta vermelho para a instalação: “Eu indico que sempre esteja colado na parede. Nunca deve estar apoiado em alguma coisa ou preso em parafuso ou prego. A criança pode apoiar, cair e se machucar”.

Se planejado da melhor maneira, um quarto montessoreano auxilia no desenvolvimento de habilidades, entre elas a psicomotora, permite que a criança explore o ambiente de forma criativa e curiosa e tenha estimulação sensorial, possibilitando escolhas e independência. Isso porque é o pequeno quem decide se fica ou sai da cama, o brinquedo que vai brincar, o livro que vai ler e trabalha a iniciativa e senso de organização.

“Isso tudo, associado a um estilo parental participativo, gera inúmeras consequências positivas que possibilita uma adultez muito mais equilibrada e saudável. Dentre elas, consciência, espontaneidade, autenticidade, autorregulação, independência, segurança, iniciativa e tomada de decisão, relacionamentos mais saudável e de qualidade. E a consequência direta disso são adultos mais felizes, realizados, satisfeitos e equilibrados emocionalmente. O que ecoa diretamente numa sociedade melhor e mais humana”, garante a psicóloga.

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