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Da Redação
Publicado em 6 de outubro de 2022 às 15:47
O Ministério Público estadual denunciou, na quarta-feira (5), três custodiados do Conjunto Penal de Lauro de Freitas e um condenado que cumpre pena em regime aberto pela compra e venda de drogas através de aplicativos de mensagens e por corromperem monitores de ressocialização, que inseriram drogas e outros celulares na prisão.>
Eles foram denunciados pelos crimes de corrupção ativa e passiva, contra a administração da Justiça, relacionado à inserção de aparelhos celulares na unidade prisional, e de pertencimento a organização criminosa (Orcrim) de tráfico de drogas que atua dentro e fora do sistema penal.>
Segundo o Ministério Público, esse é um desdobramento da “Operação La Rochelle”, que busca reprimir a entrada de drogas e aparelhos celulares em estabelecimentos prisionais.>
A denúncia foi oferecida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco) contra Adriano Patric Britto da Silva, que cumpre pena em regime aberto, Cláudio Pereira Santos, James Andrade de Oliveira e Judson Pádua Queiroz, os três custodiados no Conjunto Penal de Lauro de Freitas.>
Além dos crimes de corrupção, tráfico de drogas e pertencimento a Orcrim, as investigações revelaram a prática de recebimento de vantagem indevida por funcionários públicos da unidade.>
No último dia 1º de setembro, uma ação da "La Rochelle" resultou no cumprimento de dez mandados de prisão preventiva contra agentes prisionais do conjunto penal e na apreensão de cinco aparelhos celulares na unidade prisional. As investigações do Gaeco continuam e eles também podem responder criminalmente.>
As investigações começaram com a apreensão de um celular depois de revista na unidade prisional de Lauro de Freitas, em cela de convívio ligado à liderança de facção criminosa.>
Os mandados de busca e apreensão e de prisão foram expedidos pela Justiça em desfavor de internos custodiados em estabelecimentos penais baianos e na penitenciária de Mossoró, onde está preso um dos líderes da organização criminosa em questão, que não teve nome divulgado.>
Segundo o MP, o conteúdo extraído do celular apreendido indicou que o telefone era usado coletivamente pelos presos para práticas ilícitas como negociação de drogas e articulação para trazer drogas e celulares ao local, usando para isso os monitores de ressocialização. Com o esquema, eles conseguiam facilitar a comunicação das lideranças presas com os comandados e aumentar os ganhos financeiros com comércio de droga dentro e fora da cadeia.>
Para o Gaeco, “a operação realizada hoje enfraquece as facções criminosas, pois mina a capacidade de articulação de seus integrantes, rompendo o fluxo de informações que organiza os negócios ilícitos, além de servir como prevenção de novas corrupções de monitores pelas facções criminosas”.>