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Quer ser um padrinho do bem? Veja como ‘adotar’ uma turma nas Osid

Instituição acolhe mais de 900 crianças e adolescentes em vulnerabilidade social

  • D
  • Da Redação

Publicado em 23 de setembro de 2022 às 05:30

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: Thiago Del Rey/Divulgação

Mais do que jogos americanos, é na oficina de tecelagem que a dona de casa Tatiana Teles, 34 anos, costura relações de afeto e acolhimento. Ela e a filha, Taís dos Santos, 12, aluna do sétimo ano, compõem uma das centenas de famílias assistidas pelo Centro Educacional Santo Antônio (Cesa), das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid), em Simões Filho.

 Mas, para a Osid continuar oferecendo suporte a essas famílias, é preciso mais engajamento social. “Temos um convênio com a prefeitura e com o governo do estado, mas que não cobre as despesas”, afirma Maria Rita Pontes, superintendente da instituição. Pensando nisso, a Associação Comercial da Bahia (ACB) convocou empresas de todo o estado para abraçar o projeto Adote uma Turma, que vai fornecer apoio financeiro às atividades desenvolvidas pelo Cesa.

Nesta quinta-feira (22) foi a vez da Acelen, companhia de energia proprietária da Refinaria de Mataripe, em São Francisco do Conde. A empresa adotou duas turmas com 64 alunos do centro educacional e vai garantir os R$ 12 mil mensais necessários para a manutenção de cada uma delas. Agora, segundo Pontes, dos 26 grupos, que têm uma média de 35 estudantes, 13 já contam com tutores. “Temos a Bomix, a Braskem e, inclusive, pessoas físicas que decidiram apoiar”, conta. 

A unidade acolhe, gratuitamente, mais de 900 crianças e adolescentes, majoritariamente em situação de vulnerabilidade social, com ensino do primeiro ao nono ano do fundamental e acesso à arte-educação, atividades esportivas, assistências odontólogica e psicossocial, alimentação, fardamento e material escolar. “Eu falo que aqui é meu segundo lar. O meu professor [de tecelagem] é meu psicólogo, e aqui a gente conversa. É uma maravilha”, disse Tatiana, enquanto confeccionava uma peça. “Não tenho muita coisa pra dizer; só pra agradecer”, complementou.

O vice-presidente da ACB, Paulo Cavalcanti, acredita que deva existir uma ‘consciência cidadã participativa’ e aposta no projeto para alcançá-la nas empresas.“É como eu sempre digo: as pessoas que mais podem contribuir com a saúde, a educação e a segurança públicas são as que menos precisam delas”, defendeu o vice-presidente da ACB, Paulo Cavalcanti.Marcelo Lyra, vice-presidente de Relações Institucionais e Comunicação da Acelen, destacou que a companhia elegeu a educação como um dos setores em que quer marcar presença. “Irmã Dulce é o coração baiano. Então, a gente entende que tem que estar do lado do coração da Bahia. E nada melhor que estar do lado do coração atuando no estímulo ao processo de educação”, enfatizou.  Acelen 'adotou' duas turmas do centro educacional da Osid, em Simões Filho (Thiago Del Rey/Divulgação) Acolher e impulsionar

Há duas formas de se matricular no Cesa: por meio da rede municipal de ensino, no caso de alunos do primeiro ao quinto ano, e pela rede estadual, quando se trata dos mais velhos, até o nono ano. Ambos os caminhos passam por um levantamento socioeconômico, segundo a coordenadora pedagógica da unidade, Rita Fróes. 

“Como essa é uma região que tem muitas famílias carentes, hoje, a maior parte dos nossos meninos estão em situação de vulnerabilidade social.” Ela disse que há uma preocupação em entender o contexto em que vive cada estudante e oferecer, além do ensino, acolhimento a ele e sua família.

Para Maria Rita Pontes, essa é uma oportunidade ímpar para a vida de muitos. “A gente vê, pelo perfil que nós temos aqui, crianças e jovens que, se não estivessem aqui, na escola de tempo integral, dificilmente teriam condições de frequentar uma escola e ter um aprendizado garantido”.

Ex-aluno, Ramon Drad, 30, se sentiu tão acolhido durante os oito anos em que estudou no Cesa que, hoje, é um dos que acolhem quem chega. Graças às oficinas de percussão no centro educacional, ele chegou a integrar a banda do Cortejo Afro em quatro edições do Carnaval. Agora, transmite seus conhecimentos. “Essa instituição foi importante pra me manter vivo, mediante o meu contexto de bairro e da cidade em si”, destacou.“Essa instituição foi importante pra me manter vivo, mediante o meu contexto de bairro e da cidade em si”, destacou o ex-aluno e atual professor de percussão do Cesa, Ramon Drad.Formas de ajudar

As empresas e pessoas físicas que desejem adotar uma turma por meio das doações mensais ao centro educacional da Osid podem solicitar o regulamento do programa pelo e-mail [email protected] ou ligando para o telefone (71) 3310-1341. Antes, porém, Maria Rita sugere que o possível interessado vá ao local. “Eu acho muito interessante que venha, conheça, converse com os alunos. Eu acho que eles são o testemunho do trabalho que a gente faz aqui.”

Caso a pessoa não tenha condições financeiras de assumir os custos de um grupo da unidade, é possível contribuir de outras formas. “Pode ajudar sendo sócio-protetor das Obras; em outras campanhas, como a ‘Um Milhão de Amigos’; fazendo doações espontâneas...”, informou a superintendente. “Sempre tem como ajudar. É entrar em contato com a gente, com a área do marketing ou mesmo com a superintendência, que a gente vai orientar.”

Dívida e piso da enfermagem

Apesar do reforço que tem adquirido para a educação, as Obras Sociais Irmã Dulce ainda vivem o temor provocado pela dívida que possui, de R$ 24 milhões, e que ainda pode ser agravada. “A nossa maior preocupação, hoje, é com a área de saúde. O déficit é grande, por conta do desequilíbrio do contrato com o SUS, que é fruto de um subfinanciamento do SUS”, explicou Pontes.“Todos os filantrópicos estão vivendo a mesma dificuldade e, ainda, com essa preocupação do piso da enfermagem, que, vindo, vai aumentar esse déficit, mas que a gente terá que cumprir”, acrescentou a superintendente da Osid, Maria Rita Pontes.Ainda segundo Maria Rita, o pagamento do piso salarial da categoria — suspenso pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), e assim mantido por sua maioria — está condicionado à existência de uma ‘fonte de custeio’. “Daí, a nossa luta junto ao governo federal para que eles encontrem uma fonte de custeio, para que a gente possa assumir esse compromisso, que também é justo.”