Ramires põe o Bahia em novo patamar no mercado

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Publicado em 5 de setembro de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

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O empréstimo de Ramires ao Basel, da Suíça, anunciado no início da semana, reflete uma condição nova que o Bahia atingiu no mercado. Aos poucos, o clube vai deixando de ser incubador para o mercado interno e vai passando a fazer negócios diretamente com o exterior.

Do ano passado pra cá, o tricolor negociou por empréstimo ou venda o zagueiro Rodrigão Becão, o lateral Paulinho, o atacante Júnior Brumado, o volante Luís Fernando, o zagueiro Everson e o lateral Matheus Silva, além de Ramires. Nesse período ainda houve a venda do meia Rômulo, em janeiro de 2018, consequência do empréstimo em 2017 ao Busan I’Park, da Coreia do Sul. E também saíram o lateral João Pedro (que voltou este ano) e o volante Douglas Augusto, porém, estavam no Bahia emprestados, e a decisão por fazer a transferência não coube ao time baiano.

Em comum, todos para mercados periféricos. Mas a possível venda de Ramires se difere pelo preço. As outras foram negociações baratas, no patamar de clubes que são esporádicos no mercado de transferências e também nas principais competições nacionais e internacionais.

Pela ida de Becão à Udinese, após jogar a Liga dos Campeões da Europa no CSKA da Rússia, o Bahia recebeu R$ 7 milhões. Pouco se for considerado o preço em euro na cotação da época: € 1,6 milhão. A saída de Júnior Brumado por R$ 9,5 milhões para o dinamarquês Midtjylland também não impressiona após o câmbio, ainda mais se levado em conta que se trata de um centroavante, com 19 anos na época e passagem pela seleção brasileira sub-20. 

Por Ramires, que completa hoje um ano da estreia como profissional naquele 2x0 sobre o Sport na Fonte Nova, o valor total chegará a 6,5 milhões de euros (aproximadamente R$ 30 milhões) se a venda for efetuada após o empréstimo. Assim como Brumado na ocasião em que saiu do Fazendão, o meia também tem 19 anos e passagem pela seleção sub-20. Embora não seja centroavante, posição mais valorizada no mercado, Ramires sai pelo triplo do preço.

O crescimento das cifras envolvidas nas vendas acompanha a estabilidade que o tricolor está tendo desde a última vez em que voltou à primeira divisão. De 2017 para cá, firma-se como uma equipe de meio de tabela na Série A, tem disputado a Copa Sul-Americana - e, no momento, está próximo da zona de classificação à Libertadores. Ao se posicionar em ascensão como time competitivo e clube reestruturado, o Bahia se reposiciona também no mercado. 

No estágio atual, o clube vende para países do segundo escalão do futebol europeu, casos de Portugal e Suíça – a Dinamarca estaria um patamar ainda mais abaixo. Se mantiver o crescimento, e isso inclui se tornar cada vez regular na metade de cima da tabela do Brasileirão e presente nas competições internacionais, no futuro poderemos ver jogadores do Bahia nas ligas mais fortes do velho continente. E mais dinheiro na conta do tricolor para fazer a roda girar.

Tudo isso tem acontecido num período em que os atletas da base têm pouco espaço no elenco. O jogador mais interessante ao mercado agora é Artur, que pertence ao Palmeiras. Mas certamente será questão de tempo até aparecer propostas por Gregore. Enquanto a reposição for bem feita, a roda gira e fica tudo certo.

Herbem Gramacho é editor de Esporte.