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Gabriel Rodrigues
Publicado em 30 de maio de 2020 às 07:00
- Atualizado há 2 anos
Se tem uma palavra que pode descrever com exatidão o sentimento de todo torcedor de futebol neste momento de pandemia, com certeza ela é “saudade”. Para os tricolores, por exemplo, já se passaram mais de dois meses desde a última vez que o Bahia entrou em campo. Foi no dia 14 de março, quando o time principal derrotou o América de Natal por 2x0, fora de casa, pela Copa do Nordeste. >
É preciso ter calma e entender que o a crise que o mundo atravessa com o surto do coronavírus inspira cuidados, mas não são apenas os torcedores que contam os segundos para que a bola volte a rolar. Um dos destaques do Bahia no Campeonato Baiano, o volante Ramon afirma que a ansiedade para voltar a jogar é tão grande que ele tem até sonhado com isso. >
“A gente fica um pouco ansioso, querendo jogar. Por muitas vezes até sonho que estou jogando, mas faz parte da dificuldade que estamos vivendo. Temos que manter a calma, ter cautela e continuar preservando vidas para não sairmos mais prejudicados do que já fomos. Quando tudo se ajeitar, o pessoal da saúde junto com a diretoria do Bahia vai saber o melhor momento de voltar os treinamentos no clube e voltar a jogar”, afirma o volante.>
A vida de Ramon no Bahia, inclusive, vai mudar bastante após a pandemia. Por conta dos prejuízos causados pela paralisação das atividades e sem a garantia de calendário para o time de aspirantes no segundo semestre, o Esquadrão encerrou o projeto iniciado na temporada 2018. Assim, o volante vai ganhar uma espécie de promoção e será integrado ao elenco principal quando o futebol for retomado. “É um sentimento triste (fim do time de aspirantes). Tínhamos amigos ali, pessoas que a gente via a dedicação no dia a dia e, infelizmente, num processo natural que vem acontecendo, o Bahia teve que tomar essa atitude. Isso faz parte da vida e torcemos para que os companheiros que foram embora tenham sucesso do mundo”, torce Ramon.Além dele, pelo menos outros dez atletas também vão ser incorporados elenco comandado pelo treinador Roger Machado.>
Aos 23 anos, Ramon chegou ao Bahia em janeiro desse ano emprestado pelo Internacional após fazer boa Série B pelo Vila Nova, em 2019. Na equipe de aspirantes, ele assumiu a titularidade rapidamente e era um dos artilheiros da equipe no Baianão, com dois gols marcados. Agora, os desafios vão ser maiores.>
Sob as orientações de Roger Machado, Ramon sabe que a concorrência por uma vaga no meio-campo azul, vermelho e branco será grande. Para o setor, o time conta com Flávio, Gregore, Elton, Ronaldo e Jádson, além de Edson, que também foi promovido do antigo grupo sub-23.>
“A briga por posição no futebol é algo muito normal e todos nós que estamos no meio entendemos isso. É uma briga sadia, saudável, nos treinos o professor vai tomar as decisões. Durante a temporada vamos precisar de todos, todo mundo vai ter que estar no mais alto nível para ajudar o Bahia e fazer um grupo forte”, garante o jogador.>
Em casa Com as orientações de isolamento social para evitar a propagação do coronavírus, Ramon viu a sua rotina ser alterada. As idas diárias à Cidade Tricolor deram lugar aos treinos no estilo ‘home office’, que são feitos em casa sob a supervisão da equipe de preparação física do Bahia. Ele conta que os exercícios ajudam a manter a forma, mas revela algumas dificuldades para adaptar o trabalho. >
“Os treinos estão sendo passado via grupo no WhatsApp, os profissionais estão nos auxiliando, fazendo o planejamento semanal. É um pouco diferente ao que estávamos acostumados, temos treinos individuais, às vezes temos algumas dificuldades para fazer as atividades, principalmente com bola. Mas é o que temos nesse momento difícil e precisamos nos agarrar nessas coisas para voltar com o físico mais adequado possível”, explica o volante. >
Ele conta ainda o que costuma fazer para passar o tempo na quarentena: “Eu procuro fazer um pouco de tudo, estou lendo alguns livros, assistindo filmes que o pessoal está até indicando no Instagram do Bahia. Procuro ficar com a minha família, aproveitar o máximo com eles, porque nesse momento de dificuldade temos nos agarrar às pessoas que a gente gosta para passar por cima dos obstáculos”.>