'Reconhecemos elas pela TV', conta parente de mãe e filha atropeladas no TCA

Atendente de telemarketing morreu e mãe está internada na UTI

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  • Vinicius Nascimento

Publicado em 5 de dezembro de 2018 às 10:12

- Atualizado há um ano

. Crédito: Filha e mãe estavam juntas no local do acidente - Foto: Reprodução/Vinícius Nascimento/CORREIO

Na manhã desta quarta-feira (05) as familiares de Carla Beatriz Santana Santos, atendente de telemarketing que morreu ontem após o carro de uma invadir o ponto de ônibus em frente ao Teatro Castro Alves (TCA), foram até a 1ª Delegacia (Barris) para prestar depoimento.

Irmã da vítima, a técnica de enfermagem Marcela Santana contou à reportagem do CORREIO que a família ainda busca informações sobre as razões do acidente e que a família está atônita com tudo que aconteceu. 

A titular da 1ª Delegacia, dos Barris, delegada Rogéria Araújo, informou, através da assessoria de comunicação da polícia civil, que está requisitando, além da perícia no local e imagens de câmeras de vigilância, a apresentação do motorista do ônibus, dos agentes da Transalvador e dos policiais militares que estiveram no local do acidente. Depoimentos estão sendo colhidos na unidade.

O acidente deixou outra vítima, a cuidadora de idosos Rita de Cássia Santana, 56, que é mãe de Marcela e Carla. Ela está na UTI do Hospital Geral do Estado e segundo Marcela o estado ainda é gravíssimo.

Segundo Marcela, a hipótese da família é de que as duas se encontraram após Carla ter feito uma consulta odontológica no centro da cidade e que provavelmente a mãe foi acompanhar a filha no ponto de ônibus - Rita de Cássia trabalha como cuidadora de idosos no edifício Vila Laura, na região do Campo Grande.

“Eu acompanhei tudo pela televisão. Primeiro vi o acidente e eu reconheci minha irmã pela imagem. Foi aí que eu fiquei ligando pra minha mãe pra pedir pra ela descer só que o telefone chamava, chamava e ninguém atendia”, conta a técnica de enfermagem.

A teoria é confirmada pela filha da vítima, Laila Santana dos Santos, 19. Muito abalada, a garota contou que trabalhava junto com a mãe como atendente de telemarketing, trabalho que assumiu logo após se formar na escola.

De acordo com os registros da Superintendência de Trânsito do Salvador (Transalvador), o Fiat Toro, com placa PKO-8594, que vinha da Rua Leovigildo Filgueiras [entrada do Garcia] e um ônibus, que havia saído do Canela, se envolveram no acidente em frente à parada de ônibus que fica em frente ao Teatro Castro Alves (TCA). A motorista, que não teve o nome divulgado, foi ouvida nesta terça-feira na 1ª Delegacia e liberada em seguida pois, segundo a polícia, o caso ainda está em investigação das resposabilidades. 

No local, testemunhas afirmaram ao CORREIO que após bater no ônibus, o carro foi lançado na calçada. Equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e do Corpo de Bombeiros prestaram socorro às vítimas.

O mototaxista Everaldo Almeida, 56, contou que era por volta de 12h30 quando o acidente aconteceu. Ele estava próximo ao local e ouviu o barulho do impacto entre o ônibus e o carro de passeio. "Ele [carro] bateu na lateral, na verdade no para-choque do ônibus. Depois subiu o canteiro", relembrou.

A motorista perdeu o controle com a batida e subiu na calçada. No caminho, colidiu e derrubou uma placa que informava itinerário das linhas no local, e depois atropelou as duas mulheres."Faltou pouco para não ser pior. A placa segurou um pouco a velocidade do veículo e muita gente saiu correndo", acrescenta, lembrando que o ponto de ônibus estava lotado de pedestres.O ônibus envolvido no acidente fazia a linha Engenho Velho da Federação/Nazaré. "O motorista ficou assustado, mas agora está bem. O carro atingiu a lateral do para-choque do ônibus e depois perdeu o controle", contou o supervisor operacional da concessionária Salvador Norte, Francisco Montes, acrescentando que embora o veículo estivesse cheio, nenhum passageiro ficou ferido.

*com supervisão do chefe de reportagem Jorge Gauthier