Reitor diz que Catedral de Notre-Dame está frágil e pode não ser salva

"Hoje ela não está fora de perigo", contou o monsenhor Patrick Chauvet

  • D
  • Da Redação

Publicado em 26 de dezembro de 2019 às 07:19

- Atualizado há um ano

. Crédito: AFP

Um dos maiores símbolos de Paris, na França, a Catedral de Notre-Dame corre risco de ficar apenas na memória de quem a conheceu. A estrutura, que sofreu um incêndio de grandes proporções em abril deste ano, está muito frágil e corre risco de não ser recuperada.

De acordo com o reitor, monsenhor Patrick Chauvet, as chances de a estrutura não ser salva subiram para 50%, porque os andaimes instalados antes do incêndio ameaçam as abóbodas da igreja.

"Hoje ela não está fora de perigo. Podemos dizer que há talvez 50% de chance de que seja salva. Também há 50% de chance de os andaimes caírem nas três abóbodas, portanto, o prédio ainda é muito frágil”, disse ele à Associated Press.

Essa foi a primeira vez desde a Revolução Francesa que Notre-Dame não seediou missas de Natal. Erguida no século 12, o local estava sendo reformado na época em que pegou fogo, o que destruiu o telhado e fez sua torre desabar. Sem teto, a imensa estrutura não se mantém estável e dependem de suas abóbodas para se manter de pé.

Segundo o reitor, a única chance de salvar a Catedral é se for possível remover os andaimes restantes do local sem fazer com que a estrutura desabe. No local, há cerca de 50 mil canos que atravessaram a parte de trás do edifício no momento do incêndio, e alguns foram danificados. 

Ainda segundo o monsenhor Patrick Chauvet, caso o prédio seja salvo, um trabalho de restauração não deve começar até 2021. "Precisamos remover completamente os andaimes para tornar o edifício seguro. Então, apenas em 2021 poderíamos iniciar uma restauração da catedral", disse Chauvet.

"Depois que os andaimes forem removidos, precisamos avaliar o estado da catedral, a quantidade de pedras a serem removidas e substituídas", completou ele, que estima que, caso a catedral seja recuperada, só voltará a receber visitantes daqui a pelo menos três anos, apesar de sua total restauração durar ainda mais tempo que isso. 

Segundo o presidente Emmanuel Macron, o governo pretende reconstruir a estrutura até 2024, quando Paris sediará as Olimpíadas. No entanto, especialistas questionam se esse prazo é realista.

Um dos motivos para evitar visitações pelos próximos anos é a presença de toneladas de pó de chumbo tóxico liberadas pelo incêndio. As autoridades estão trabalhando para limpar o local e só depois do fim do serviço haverá uma avaliação dos riscos à saúde que isso pode causar.