Relógio de ouro da poderosa, descontrole de Jerônimo e desrespeito aos professores

Leia a coluna Alô Alô Política da semana

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  • Da Redação

Publicado em 12 de agosto de 2022 às 11:09

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Rolex Essa semana viralizou nos grupos de zap, do interior e da capital, a foto da esposa de um político baiano com um relógio de 321 mil reais no pulso. Isso mesmo! Um Rolex Day Date 40 avaliado em (pasmem) 61 mil dólares. Um luxo só.

Franciscano Só mesmo as forças ocultas que rondam o Paço Municipal para explicar a declaração de renda do presidente da Câmara Municipal de Salvador, Geraldo Júnior (PMDB) à Justiça Eleitoral: R$ 143,5 mil. Vereador desde 2011, ele tem salário de R$ 18,9 mil. Só o apartamento em que mora em um pomposo condomínio da capital baiana é avaliado por baixo em R$ 2,5 milhões. Sem contar na vida social bastante luxuosa e movimentada que o emedebista leva...

Descontrole emocional Integrantes do núcleo duro da campanha de Jerônimo Rodrigues (PT) avaliaram como desastrosa a participação dele no debate da TV Band, no último domingo. Sondagens qualitativas feitas esta semana indicam que o eleitorado baiano começa a identificá-lo como um candidato fraco e sem preparo. “Isso é péssimo para quem não é muito conhecido, principalmente numa eleição muita curta”, revela uma fonte governista. E completa: “É normal ficar nervoso no primeiro debate, mas ele foi além e conseguiu se atrapalhar mais do que na Sabatina do UOL”.

Fábrica de Memes A participação de Jerônimo no debate da Band gerou uma infinidade de memes. A cada novo tropeço, os grupos de WhatsApp pipocavam. Foi piada para todo gosto. Teve Jerônimo dizendo que ia responder uma resposta, chamando profissionais da saúde de “categoria importante para segurança do estado da Bahia”. Uma verdadeira fábrica de memes.

Sabatina Talvez traumatizado pelo desempenho na Sabatina do UOL, Jerônimo Rodrigues decidiu cancelar de última hora a participação na Sabatina BandNews TV, conduzida pela jornalista Adriana Araújo. “Chegou a informação de que a primeira pergunta seria como o pior secretario de Educação do Brasil decidiu agora se candidatar a governador”, revela uma fonte com acesso ao candidato petista. A equipe achou melhor evitar desgaste.

Professor reprovado I Quase metade dos profissionais de magistério da Bahia recebeu remuneração abaixo do valor previsto no Piso Salarial Profissional Nacional - PSPN para o ano de 2021. A proeza aconteceu sob a gestão do então secretário de Educação, Jerônimo Rodrigues, que hoje é o candidato do PT na sucessão estadual. A distorção foi apontada por auditores do Tribunal de Contas do Estado no parecer prévio sobre o exercício financeiro de 2021. A Corte identificou 16.479 servidores que receberam abaixo do piso - o que corresponde a 46% do total de 35.819 profissionais do magistério.

Professor reprovado II O pente fino do TCE nos registros de RH mostrou que o buraco da educação no estado é mais profundo do que se imaginava. Sob a condução de Jerônimo, a Bahia se consolidou como estado que tem a pior educação do Brasil, voltou a apresentar índices preocupantes de analfabetismo, além de ter atravessado a pandemia sem um dia de aula (online) sequer para os estudantes da rede estadual.

Efeito manada O senador Otto Alencar não anda nada satisfeito com a debandada de prefeitos do PSD para o grupo de ACM Neto. Oficialmente, já são pelo menos 15 prefeitos, mas o número tende a crescer nos próximos dias. O cacique, inclusive, já foi procurado por alguns deles para comunicar o desejo de apoiar o ex-prefeito de Salvador. A avaliação interna no partido é que a mudança de lado dos gestores municipais enfraquece a campanha à reeleição ao Senado.

Fogo amigo Causou revolta entre deputados da base petista a notícia de que o governador Rui Costa (PT) teria ligado para Zé Ronaldo na tentativa de atrai-lo para o grupo. Em conversas reservadas, parlamentares disseram que “só Rui não sabia que Zé Ronaldo nunca deixaria o grupo ao qual fez parte a vida toda” e se queixaram da falta de atenção. “Eu mesmo, em oito anos, nunca recebi uma ligação do governador”, reclamou um deles. “Ele prefere dar mais atenção aos rivais do que aos aliados. Por isso está como está”, disse outro.

O ex-bom gestor O parecer prévio do TCE sobre as contas do governo de 2021 fez trincar a imagem de bom gestor que o governador Rui Costa ainda nutria entre os seus. A desconfiança sobre a reputação fiscal surge especialmente porque os alertas e advertências da Corte se repetiram com frequência nos últimos anos, a exemplo do que os auditores classificaram como “uso indefinido e abusivo” na execução de DEA - Despesas de Exercício Anteriores. Na prática, secretarias como Seap e Setur executaram em 2020 valores acima do que estava previsto no orçamento e empurraram o excedente para ser pago como DEA em 2021. Agora, a conta de 2022 vai ficar para o próximo governador.  Aos números A Seap foi a que mais extrapolou: gastou R$ 65,7 milhões a mais do autorizado. “Essa situação revela as distorções provocadas por essas irregularidades nos demonstrativos financeiros do Estado, tendo em vista a contratação de despesas em volume significativamente maior ao aprovado pelo Poder Legislativo, se considerado que a totalidade dessas despesas deveria ser contabilizada ainda no exercício de 2020”, diz o TCE.

Conder sem limites O governo colocou em campo um novo lote de obras da Conder para compensar as centenas de convênios cancelados que deixaram prefeitos frustrados. O problema é que para fazer a “reparação” o governo afrontou todos os limites da razoabilidade orçamentária a pouco mais de cinco meses do final da gestão. Esta semana, a Conder publicou uma das cinco etapas de obras de requalificação urbana e intervenções em equipamentos públicos que somam R$ 410 milhões - valor significativamente superior a todo o orçamento da Companhia para 2022, que é de R$ 263 milhões. Adiciona-se a essa conta também o saldo dos convênios eleitoreiros que ficaram ativos e pesam algo em torno de R$ 1 bilhão. Ou seja, o governo lançará mão mais uma vez do recurso do DEA como gambiarra para fechar as contas - repetindo infrações apontadas e condenadas pelo TCE.

*O ex-secretário do Turismo da Bahia Fausto Franco responde a nota publicada pela coluna Alô Alô Política e ressaltou que as contas da pasta referentes ao exercício de 2020 foram aprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). 

Confira abaixo a nota na íntegra:

Do exame realizado nas contas da Setur, relativas ao exercício findo de 2020, a auditoria realizada pelo TCE concluiu  pela aprovação  das contas da Setur por meio do processo 1159/2021. Do montante proveniente dos recursos classificados como DEA - Despesas de Exercícios Anteriores, em 2020, o percentual computado pela Setur encontra-se abaixo de 7,7%, que corresponde aproximadamente a 667.000,00, sendo que os valores remanescentes representam despesas pagas por gestões pretéritas, e pela Superintendência de Fomento ao Turismo - Bahiatursa,  detentora de autonomia financeira, em decorrência da sua condição de Superintendência em regime especial, cujo percentual equivale a maior fração dessas despesas, conforme dados dispostos pelo sistema Integrado de Planejamento, Contabilidade e Finanças do Estado - FIPLAN.