Renegociação de dívidas rurais soma R$ 2,2 bi na Bahia

Os produtores rurais têm até o mês de dezembro para renegociar com descontos de até 95% sobre o saldo devedor

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  • Georgina Maynart

Publicado em 4 de setembro de 2018 às 19:05

- Atualizado há um ano

Os produtores rurais da Bahia já são responsáveis por 22,35% das operações de crédito renegociadas até agosto com o FNE, Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste. Até agora foram 60.775 operações regularizadas na Bahia. Elas somam mais de R$ 2,2 bilhões. Os dados são do Banco do Nordeste (BNB), principal operador do FNE.

A renegociação vale para liquidação de dívidas contratadas até 2011, e beneficia mais de um milhão de produtores rurais dos estados nordestinos e do norte de Minas Gerais e Espírito Santo. Ao todo, nas três áreas de atuação do BNB, mais de 271 mil operações de crédito já foram regularizadas até agosto, alcançando mais de R$ 9,8 bilhões.

Cerca de 92% das renegociações foram realizadas com pequenos produtores rurais, principalmente aqueles que fazem parte do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Metade deles renegociou o valor total da dívida. Os juros variam de 0,5% ao ano para os pequenos produtores. Já para os grandes a taxa chega a 3,5% ao ano. Os produtores rurais têm até o mês de dezembro para renegociar com descontos de até 95% sobre o saldo devedor. O prazo para pagamento pode ser estendido até 2030, com parcelas a partir de 2021.

Ao lado do Banco do Brasil, o Banco do Nordeste é o maior agente financeiro da agricultura regional. O Fundo financia investimentos de longo prazo, além de capital de giro ou custeio. Os dois bancos são os principais agentes financiadores dos produtores baianos. Dados do mais recente Censo Agrícola do IBGE mostram que, entre outubro de 2016 e setembro de 2017, dos 90 mil estabelecimentos agropecuários que financiaram a produção na Bahia, cerca de 82 mil - o correspondente a 90,5% - conseguiram crédito nos bancos. Cerca de 7 mil financiaram através de outras políticas públicas de governo, e aproximadamente 2,7 mil estabelecimentos agropecuários realizaram o financiamento nas cooperativas de crédito.

O Censo mostra ainda que 69% dos recursos financiados foram destinados a investimentos no negócio, 28% foram gastos em manutenção da atividade, e 22% no custeio da produção