Restaurantes baianos revelam estratégias de crescimento usadas durante pandemia

Estabelecimentos investiram em inovação e inventividade

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  • Da Redação

Publicado em 24 de março de 2022 às 21:08

- Atualizado há um ano

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“Parece coisa de maluco, né?”. Foi com essa afirmação em forma de questionamento que começou nosso papo com Juli Holler, sócia do La Taperia, um dos restaurantes que, ainda num cenário pandêmico, investiu em novidades na Bahia. A marca, que inaugurou oficialmente o Taperia Asador, na Ilha dos Frades, num verão atípico, vem, desde o começo da pandemia apostando em novidades.

Lá no segundo semestre de 2020 ainda, com a reabertura das casas, a empresária, casada com o chef espanhol José Morchon, já vinha demonstrando que se adaptar não era um problema, apesar de não deixar de ser um desafio. Foi quando o Chupito Bar, anexo ao La Taperia, no Rio Vermelho, foi dissolvido e deu forma ao Taperia 1, 2, 3, estimulando um consumo diferenciado de vinhos em Salvador, pouco difundido até então.

“Quando aceitamos o desafio da Ilha dos Frades, eu vislumbrava um pouco mais de serenidade, de poder passar os fins de semana com as crianças num lugar que é tranquilo, mesmo sabendo que esse início seria desafiador, por conta de uma nova logística, que a gente não conhecia. A gente vive num frenesi”, confessou a empresária, à frente também do Shanti Restaurante.

“Talvez a pandemia tenha me treinado a não ficar tão abalada com a frustração”, nos contou, elencando imprevistos como problemas com eletricidade, logística de embarcações e chuvas torrenciais, que muitas vezes, na curta temporada, inviabilizaram o funcionamento pleno da nova operação.Leia mais na coluna Onde Comer.    Se a palavra é frenesi ou adrenalina, pouco importa. Mas, ir na contramão – ou na vanguarda? – é uma característica nata de quem ama empreender, como é o caso de Marcelo Reis, sócio do La Pasta Gialla e da pizzaria Acqua & Farina em Salvador, esta última criada por ele em 2019, incorporada à rede de restaurantes e, hoje, com unidade em Curitiba, inaugurada no final de 2020, na pandemia.

“É natural do empreendedor querer sempre novos projetos e buscar novos desafios, aproveitando oportunidades, como eu fiz”, conta o santista praticamente baiano, que levou o La Pasta Gialla para a Praça Castro Alves no final de 2021, ao lado do Fasano, no prédio do Cine Metha – Glauber Rocha. “Apareceu a chance de assumir o restaurante de lá e era um sonho antigo ter uma varanda com vista para o mar. Passei alguns anos sondando locais, pesquisando espaços e, logo na pandemia, apareceu a chance. Ser empreendedor é arriscar, em muitos casos. E foi o que fiz, ao facilitar a implementação da rede no novo espaço, com mais dois sócios”, analisa.

Falando em risco, ele rima com ousadia, o que não faltou a Leopoldo Leão, sócio tanto do Zuuk Sushi, inaugurado na pandemia, quanto do Five Sport Bar, que duplicou a quantidade de operações no período. O Zuuk, por exemplo, é uma união dos sócios do Otta Sushi, delivery premium de comida japonesa, com empresários que sonhavam em levar a qualidade servida em embalagens para as mesas, ampliando a experiência, tão valorizada após o período de confinamento.

“A gente veio com um padrão altíssimo, com consultorias com os melhores profissionais do Brasil, apostando em atendimento, localização, decoração. A gente sabia que Salvador iria abraçar, desde que fosse algo realmente diferenciado”, revelou. A prova do sucesso é a necessidade de até dois meses para reservas em alguns dias da semana.

O caso do Five Sport Bar, hoje espalhado pelo Brasil, não foi diferente. Prestes a completar 10 anos em 2022, neste clima de pós-pandemia, a rede espera fechar o ano com 10 operações. Nos últimos dois anos, inclusive, um percentual da marca foi vendido para um investidor estrangeiro, num cenário, ainda assim, de desafios. “Conseguimos fazer a gestão da crise com muito êxito e tivemos a ousadia de, na pandemia, abrir três operações, em Vila Velha (ES), Itabuna (BA) e Maceió (AL), mudando a marca de patamar, sendo o maior sport bar do Brasil”, celebra.

“A pandemia fez a gente olhar pra dentro, organizar a casa, reduzir custos, selecionar melhor a mão de obra. Agora, é aproveitar o pós-pandemia para continuar crescendo. Acreditamos que na crise é que também surgem oportunidades”, finaliza.

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