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Luana Lisboa
Publicado em 16 de novembro de 2022 às 18:59
- Atualizado há 2 anos
As revendedoras de gás de toda a Bahia continuam passando por crise de desabastecimento. Devido a uma manutenção na Refinaria de Mataripe, a distribuição de gás foi reduzida para as distribuidoras, e, consequentemente, para revendedoras, e para o consumidor final. Cerca de metade das revendedoras estão fechadas, pela escassez do produto.>
Ao CORREIO, a Acelen, dona de Mataripe, estimou no último sábado (10) que entre quatro a cinco dias deveria voltar a entregar o produto acima da cota contratual estipulada para o período de manutenção. De acordo com o Sindicato dos Revendedores, no entanto, o gás ainda não foi repassado, e a situação é crítica.>
"Estamos na esperança de receber o produto hoje, mas provavelmente só amanhã, e não com o pedido integral. Ou seja, a oferta de gás que tem sido feita pela Acelen é em forma de rateio", estima Robério Souza, presidente do Sindicato Dos Revendedores de Gás do Estado da Bahia (SinRevGás).>
Ele explica que, mesmo que a distribuição seja feita amanhã, o cenário de crise dificilmente mudará. "O que a gente está recebendo não atende um turno de trabalho. E a situação é difícil em Salvador, e Feira, mas está ainda pior no interior, onde algumas cidades enfrentam colapso pela falta de gás".>
Dono de sete revendedoras em Salvador, Welbert Reis afirma que faz seis dias que cinco delas estão fechadas, devido à falta do produto. As outras duas fecharam nesta quarta-feira (16). >
"A última informação que tive da distribuidora é que a Acelen estava contratando navios para trazer o GLP de outro país e que, por isso, demoraria a chegar. Enquanto isso, vivemos o momento mais crítico do desabastecimento até agora", pontua. A Acelen está importando gás de cozinha da Argentina e retomando a operação de uma unidade que estava parada há três anos para acelerar o processo de fornecimento do gás de cozinha (GLP).>
Para Welbert, o único motivo pelo qual o cliente não ficará completamente desabastecido são os estoques feitos pelas distribuidoras.>
Mas Robério explica que o rateio já chegou nas quatro que repassam para as centenas de revendedoras na Bahia.>
"Eu, que compro da Ultragaz, só tenho recebido metade. A distribuidora, que comercializa em média 15 mil unidades/dia, tem recebido 7 mil. Ela pega a cartela de 280 revendedores, e rateia entre todos eles. Temos recebido praticamente nada.">
Através de nota, a Acelen informou que vem tomando todas as medidas para normalizar o suprimento de GLP para os distribuidores. A empresa diz que as paradas de manutenção programada ou reativação na refinaria foram informadas com a devida antecedência à agência reguladora e aos clientes.>
Veja medidas adotadas, de acordo com a empresa:Foi ampliada a contratação de navios para reforço do abastecimento até que a produção na Refinaria de Mataripe tenha sua capacidade total inteiramente regularizada. Como parte do plano de investimentos de R$ 1 bilhão em modernização, está sendo reativada uma importante unidade, fora de uso há anos. A operação está próxima da estabilização e a expectativa é que, nos próximos dias, já seja possível retornar ao suprimento de 100% dos volumes contratados com os distribuidores. A Ultragaz afirma que reforçou o abastecimento nesta semana, como parte dos esforços para abastecer o estado da Bahia trazendo produtos de outras regiões. A distribuidora reforça que não há razão para uma corrida pela compra do produto, pois o seu suprimento será regularizado brevemente.>
*sob orientação de Carol Neves>