Ricardo Mandarino é o novo secretário de Segurança Pública da Bahia

Ele assume vaga de Maurício Barbosa, que foi exonerado

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  • Gil Santos

Publicado em 23 de dezembro de 2020 às 17:39

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Elói Corrêa/GOVBA

A Bahia tem um novo secretário de Segurança Pública. A troca de comando foi anunciada pelo governador Rui Costa, na tarde desta quarta-feira (23), nove dias após o atual gestor da pasta, Maurício Teles Barbosa, ser afastado do cargo e depois exonerado. Ele está sendo investigado pela Operação Faroeste. O novo titular da Secretaria da Segurança Pública (SSP) será o juiz federal aposentado Ricardo César Mandarino. 

O anúncio foi feito através das redes sociais do governador, que destacou o currículo do novo secretário. "Ele é um juiz federal aposentado que iniciou a carreira na Bahia como delegado, e atuou como delegado da Polícia Civil. Depois fez concurso para juiz e atuou na justiça criminal, portanto, carrega uma longa experiência e vai nos ajudar muito para que junto com toda a equipe a área operacional da Secretaria de Segurança possa continuar buscando as metas que temos conseguido alcançar ao longo dos anos, de redução de violência", afirmou. Hélio Jorge é o novo subsecretário da SSP (Foto: Elói Corrêa/GOVBA) Rui aproveitou para anunciar também o novo subsecretário da pasta, o delegado Hélio Jorge, e a nova delegada-geral da Polícia Civil, Heloísa Brito. Essa será a primeira vez na história que uma mulher assumirá esse cargo. Os três tomam posse na próxima segunda-feira (28).  Heloísa Brito será a primeira mulher a assumir o cargo de delegada-geral da Polícia Civil da Bahia (Foto: Elói Corrêa/GOVBA) Bastou o governador divulgar nas redes sociais que faria esse anúncio no final do dia para os baianos se manifestarem. Alguns pediram que ele escolhesse alguém que já estivesse familiarizado com o assunto, estudando ou trabalhando na área da segurança pública. 

Ricardo César disse que foi uma satisfação e uma honra ter sido covidado para o cargo, e contou que conhecia o governador apenas pela imprensa. “Para mim é especialmente gratificante porque eu comecei a minha carreira pública aqui [na Bahia], como delegado de polícia, no primeiro concurso que houve na Bahia para esse cargo, em 1970”, disse

O novo secretário prometeu se empenhar no cargo. “Vou fazer o possível para trazer toda a minha experiência para cá para a gente trabalhar e ampliar, para que essa polícia continue sendo uma polícia boa e cada vez melhor, eficiente, e humanista. Esse é o nosso propósito”, afirmou.

Ele construiu a carreira no funcionalismo público. Depois de atuar como delegado, Ricardo César foi procurador estadual da Fazenda, até prestar concurso e ser aprovado para juiz federal. Ele também foi membro do Conselho Nacional do Ministério Público. Momento em que os escolhidos foram apresentados (Foto: reprodução) Sub e delegada-geral Já o novo subsecretário, Hélio Jorge, tem cerca de 30 anos no funcionalismo público e já foi delegado-geral da Polícia Civil. “Para mim é um orgulho muito grande ter sido convidado pelo senhor governador para assumir a função de subsecratário de Segurança Pública do Estado da Bahia. Sou delegado da Polícia Civil com 25 anos de carreira, tendo outros cinco anos de experiência na área de defesa, somados aí 30 anos de serviços público”, disse.

Ele contou que construiu carreira dentro da instituição, começando como delegado plantonista, passando depois a delegado titular, coordenador, diretor de departamento, superintende de inteligência e, então, delegado geral da Polícia Civil, cargo que ele exerceu entre 2011 e 2015. Hélio Jorge disse que nos últimos cinco anos se dividiu entre Rio de Janeiro e Brasília onde aprimorou os conhecimentos profissionais.

A nova delegada-geral da Polícia Civil também tem uma longa estrada dentro do funcionalismo público. Heloísa Brito contou que aceitou o desafio pensando no melhor para a polícia e para a população, e falou em lutar pela valorização dos profissionais.

“Para mim é uma honra enorme ser a primeira mulher escolhida para essa função. A Polícia Civil é formada por homens e mulheres honrados e que se dedicam a essa nobre missão que é fazer polícia. Eu sou delegada de polícia há 25 anos e, assim como Dr. Hélio, já passei por várias funções dentro da instituição”, afirmou.

Ela foi delegada plantonista, delegada titular, diretora de departamento, corregedora chefe, delegada adjunta e, atualmente, exercia o cargo de diretora da Academia de Polícia. O governador Rui Costa destacou o fato dela ser a primeira mulher a ocupar o comando da Polícia Civil baiana.

“Estamos inovando no dia de hoje nomeando a primeira chefe da Polícia Civil, uma mulher. Confesso que ao escolher [Heloísa] nem tinha essa informação, mas soube que é a primeira mulher que chefiará a Polícia Civil da Bahia. Heloísa é delegada especial de longa experiência e formação, e com certeza essa nova equipe vai, nos próximos dias, sentar para detalhar o planejamento e eventuais substituições que serão feitas nas equipes”, disse.

O governador aproveitou para avisar que está em processo de licitação para contratar um novo sistema de comunicação e de monitoramento por câmeras. A proposta é levar o sistema de vigilância que já está em funcionamento em Salvador para 160 cidades da Bahia, no próximo ano, além de outras novidades como a instalação de câmeras em viaturas e até nas fardas dos policiais. Maurício Barbosa estava no comando da SSP desde 2011 (Foto: Arquivo CORREIO) Secretário exonerado Ricardo César vai ocupar o cargo de Maurício Teles Barbosa. A saída de Maurício foi motivo de especulação por diversas vezes na imprensa desde que ele assumiu, em 2011, mas a troca de comando aconteceu apenas agora, e de uma maneira negativa. Maurício e a chefe de gabinete dele, Gabriela Caldas Rosa de Macedo, estão sendo investigados em um esquema de venda de sentenças judiciais. 

A operação que apura essa denúncia foi iniciada em 2019, pelo Ministério Público Federal, e batizada de Faroeste. Duas desembargadoras do Tribunal de Justiça da Bahia, Lígia Maria Ramos Cunha Lima e Ilona Márcia Reis, foram presas na fase mais recente da investigação, deflagrada na semana passada. 

Maurício e Gabriela foram afastados no dia 14 de dezembro a mando do Superior Tribunal de Justiça, para garantir o não vazamento de informações e a preservação das provas. O secretário foi exonerado do cargo posteriormente. O gabinete deles na SSP foi alvo de buscas e apreensões, e o afastamento tinha o prazo inicial de um ano. Desde então, Maurício não foi visto mais em público.