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Riscos climáticos na Bahia: o que fazer?

  • D
  • Da Redação

Publicado em 23 de novembro de 2022 às 05:30

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Na edição 2022 do programa Bahia no Clima, foi realizada a palestra da cientista Mariana Vale, com o título Riscos Climáticos na Bahia, Segundo o IPCC. O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), do qual Mariana é integrante, é uma iniciativa da ONU que reúne centenas de cientistas para produzir, periodicamente, relatórios atualizados sobre a realidade climática do planeta, as vulnerabilidades e os riscos em um ambiente cada vez mais quente e, como consequência, mais perigoso.  

Entre os pesquisadores, há uma unanimidade de que o Norte e Nordeste são as regiões do Brasil mais vulneráveis às mudanças climáticas. Estima-se que o NE terá menos volume de chuva e temperaturas mais altas daqui em diante. Há projeção de estações secas mais severas e estações chuvosas mais concentradas, afetando o abastecimento de água nas casas, na indústria e na agricultura, gerando mais preocupação com as enchentes e deslizamentos de terra.

O Bahia no Clima, com a colaboração do professor José Landim (UFBA), elaborou os mapas de risco de elevação do nível do mar para Camaçari, Conde, Ilhéus e São Francisco do Conde. Com a maior costa do Brasil, a Bahia sofrerá nas próximas décadas com a invasão do mar nas áreas mais baixas do continente, exigindo altos custos de adaptação, de manutenção da infraestrutura urbana e de deslocamento de moradias. O turismo, o lazer, a pesca e a mariscagem serão afetados.

Já no campo, a preocupação é especialmente com a produção agrícola. A maior parte do território baiano está sob risco da desertificação nos próximos 30 anos. 

A nossa região está no centro da crise. O que fazer? Os municípios e o estado precisam declarar emergência climática. O reconhecimento e institucionalização do problema é o primeiro passo, que deve ser seguido pela maior participação da população e dos nossos pesquisadores em planos de ação climática e na tomada de decisão.

Além disso, a Bahia tem um enorme potencial em energias renováveis, como eólica e solar, desde que implementadas com baixo impacto. Abriga três grandes biomas ricos em biodiversidade e estratégicos para adaptação ao clima. As áreas naturais de diversos municípios, como Ilhéus, Barra da Estiva, Iramaia, Aracatu e Maracás, sequestram entre 80 e 150 mil toneladas de gases de efeito estufa por ano. Interromper o desmatamento descontrolado na Bahia é uma política de estado imprescindível e urgente.   Há uma inevitável agenda climática à frente e o Brasil está reassumindo o seu protagonismo. Se a Bahia piscar, perde o bonde.   

Virgilio Machado é coordenador o programa Bahia no Clima e do Fórum Clima Salvador; pesquisador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Estudos Inter e Transdisciplinares em Ecologia e Evolução (INCT IN-TREE).