Roberto Cabrini conta como escapou do fuzilamento talibã

"A gente acabou sendo alimentado por eles no final do dia", lembra

Publicado em 27 de novembro de 2019 às 14:17

- Atualizado há um ano

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O jornalista Roberto Cabrini, 59 anos, relembrou uma de suas muitas histórias ao longo da carreira em entrevista para o canal do YouTube de Marcelo Bonfá. Ele lembrou de quando esteve na mira de fuzis de um grupo talibã, no Afeganistão, em 1996.

Cabrini diz que a "situação crítica" aconteceu quando ele estava gravando para o SBT Repórter.

"A gente tinha filmado uma vila sendo dizimada porque os habitantes tinham dado comida para as tropas inimigas do Talibã. A imagem da vila sendo dizimada era uma imagem de US$ 1 milhão. Na saída da vila, a gente foi interceptado por combatentes talibãs e eles apontaram fuzis Kalashnikov, fazendo toda menção que iriam nos executar", lembrou.

O apresentador do Conexão Repórter contou como conseguiu escapar. 

"O fato de eu saber algumas palavras, poucas palavras, em pastum, que é o idioma deles, foi o suficiente para eu ganhar uma certa simpatia. Disse que não era um jornalista norte-americano, que era um medo que eles tinham, e consegui convencê-los a me levar ao comando deles, que falasse inglês", diz.

Diante do comandante, ele afirmou que tinha se perdido, "o que não era exatamente verdade", diz. "A gente acabou sendo alimentado por eles no final do dia".

O talibã foi um movimento fundamentalista islâmico que surgiu no Afeganistão nos anos 1990. Em 1996, ano citado por Cabrini, a milícia invadiu a capital Cabul e tomou o poder, permanecendo no comando até a invasão dos EUA, em 2001, depois do atentado de 11 de setembro. O grupo ainda tem influência no Afeganistão e no Paquistão.

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