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Fernanda Varela
Publicado em 13 de maio de 2019 às 15:41
- Atualizado há 2 anos
A greve de ônibus em Salvador começaria nos primeiros minutos dessa quinta-feira (16). Na ocasião, a informação foi confirmada pelo vice-presidente do Sindicato dos Rodoviários da Bahia, Fábio Primo. "Toda a categoria vai parar por tempo indeterminado". Como é obrigatório que a população seja informada da paralisação com 72 horas de antecedência, um comunicado foi publicado em um jornal da capital nas edições de sábado (11) e domingo (12).>
De acordo com o assessor de relações de trabalho do Consórcio Integra, Jorge Castro, para tentar evitar a greve, os empresários, que representam a classe patronal, se reunirão nessa terça-feira (14) com os rodoviários para tentar uma conciliação. O encontro será às 13h, no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), no bairro de Nazaré. Nesta terça, os rodoviários já entraram em acordo e não haverá mais paralisação.>
Durante a manhã, o prefeito ACM Neto disse que estava esperançoso que haja acordo. "Eu tenho esperança que haja um entendimento entre empresário e rodoviários, de maneira que não haja greve neste ano de 2019 e que a cidade possa continuar com pleno funcionamento do serviço de transporte público", declarou.>
Os rodoviários, que já haviam anunciado uma greve geral para esta semana, reivindicam aumento de 8% no salário e 15% no ticket refeição. Na última sexta-feira (10), a categoria chegou a se reunir com os empresários na Superintendência Regional do Trabalho, na Avenida Tancredo Neves, mas a proposta de 3,3% de reajuste não agradou.>
Segundo informações da Integra, a frota de Salvador atualmente conta com 2,4 mil ônibus e 1,3 milhão de usuários por dia. De acordo com o sindicato, todos os 13 mil rodoviários não exercerão suas atividades até que haja um acordo.>
Impasse Na última reunião entre as partes, os rodoviários também exigiram medidas consideradas por eles como "sociais", como um ônibus para atender aos trabalhadores nos terminais de linha, diminuir o "turnão" realizado durante o plantão do final de semana, além da prioridade para contratação de profissionais advindos da escolinha do sindicato.>
À época, o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Hélio Ferreira, criticou a oferta de reajuste de 3,3% dos empresários. “Os empresários querem dar 3,33%, é desrespeitoso. Isso não é um comportamento de quem tem responsabilidade social com os baianos”, declarou.>
Em defesa, após a reunião, Jorge Castro disse que, desde 2013, os reajustes dos salários dos rodoviários foram superiores à inflação e à tarifa do transporte público – a situação foi agravada com a redução de passageiros.>
“De lá para cá, a inflação chegou a 49%, a tarifa aumentou em 42% e os trabalhadores tiveram um ganho salarial de 60%. Sem falar na queda do número de passageiros em 19%. Diante disso, só podemos oferecer 3,33%. O sindicato é quem não quer conversar”, justificou. >
Em relação às outras alegações do sindicato, como os 15% de aumento no ticket refeição, Castro disse: “Precisamos terminar a negociação dos números para depois analisarmos os outros casos”. >
Castro também comentou sobre o anúncio da greve geral por parte do sindicato. “Eu nem sei se vai ter. Não fui comunicado, então, para mim não existe. Vamos aguardar e esperar”, finalizou.>
Ao CORREIO, o secretário municipal de Mobilidade (Semob) Fábio Mota informou que segue mediando as negociações. Já a assessoria de comunicação do Ministério Público do Trabalho (MPT) informou que historicamente participa dessa mediação, mas está apenas monitorando o caso. >
Os rodoviários e o sindicato já tinham se reunido no dia anterior, quinta (9) para anunciar a greve. O encontro aconteceu na quadra de esportes do Ginásio dos Bancários, na região dos Aflitos, em Salvador. >
O estado de greve foi comunicado desde o dia 2 de maio, após mais uma reunião sem acordo entre as partes. O anúncio foi feito após uma reunião na sede do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). >
Por conta da campanha salarial, os rodoviários chegaram a atrasar a saída de 600 ônibus das garagens no dia 25 de abril, em três garagens diferentes do consórcio Integra, sendo uma da bacia amarela (Plataforma), uma da verde (OT Trans) e outra da linha azul (Salvador Norte). As empresas foram multadas - o valor não foi informado pela Semob.>