Rodoviários de Salvador anunciam greve para a semana que vem

Data para a paralisação ainda não foi definida

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  • Fernanda Varela

Publicado em 9 de maio de 2019 às 14:35

- Atualizado há um ano

. Crédito: Tailane Muniz/ Arquivo CORREIO

Foto: Tailane Muniz/Arquivo CORREIO Os rodoviários de Salvador decidiram que vão entrar em greve a partir da semana que vem. A informação foi confirmada ao CORREIO por Fábio Primo, vice-presidente do Sindicato dos Rodoviários da Bahia. Segundo ele, a suspensão das atividades ainda não tem data definida. Nesta sexta-feira (10), a classe trabalhadora e o os patrões se reunirão às 10h30, no Ministério do Trabalho e Emprego.

A decisão da suspensão aconteceu nesta quinta-feira (9), após uma reunião do sindicato com a categoria, que ocorreu na quadra de esportes do Ginásio dos Bancários, na região dos Aflitos, em Salvador. Os rodoviários entrarão em greve por conta de um impasse salarial.

Ao CORREIO, o secretário municipal de Mobilidade (Semob) Fábio Mota informou que segue mediando as negociações. "Eles aprovaram a greve, mas ainda não há uma data. Tivemos uma reunião hoje de manhã com os empresários, que fizeram a proposta de 2,7%. Seguimos mediando a situação".

Através da sua assessoria de comunicação, o Ministério Público do Trabalho (MPT) informou que historicamente participa dessa mediação, mas está apenas monitorando o caso. Acrescentou ainda que é a Semob quem media o impasse.

Já o assessor de relações de trabalho do Consórcio Integra, Jorge Castro, que representa a classe patronal, informou que "soube pela imprensa que os rodoviários se reuniram, fizeram uma assembleia e decidiram pela greve". "Ainda não fomos comunicados oficialmente da greve, então não há posicionamento por enquanto", disse.

Impasse Enquanto os representantes patronais ofereceram reajuste salarial de 2,7%, os trabalhadores exigem aumento de 8% na remuneração e 15% no tíquete refeição. Além disso, a contraproposta patronal está condicionada à aceitação pelos trabalhadores de corte de direitos, como redução de um domingo de folga e fim das horas-extras, o que para os trabalhadores é inaceitável.

Já a categoria também pede medidas consideradas por eles como "sociais", como um ônibus para atender aos trabalhadores nos terminais de linha, diminuir o "turnão" realizado durante o plantão do final de semana, além da prioridade para contratação de profissionais advindos da escolinha do sindicato.

A última reunião entre trabalhadores e patrões aconteceu no dia 2 de maio, quando foi aprovado o estado de greve em Salvador. A medida significava que a categoria pode paralisar as atividades a partir de 48h da decisão. O anúncio foi feito após uma reunião na sede do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). À época, os empresários não apresentaram propostas, segundo a categoria.

Por conta da campanha salarial, os rodoviários chegaram a atrasar a saída de 600 ônibus das garagens no dia 25 de abril, em três garagens diferentes do consórcio Integra, sendo uma da bacia amarela (Plataforma), uma da verde (OT Trans) e outra da linha azul (Salvador Norte). As empresas foram multadas - o valor não foi informado pela Semob.

Segundo informações da Integra, a frota de Salvador atualmente conta com 2,4 mil ônibus e 1,3 milhão de usuários por dia.